Excluíram o povão

Carlos Chagas

Quanto à performance dos jogadores, a tática do Filipão ou o penalti inexistente marcado pelo nosso amigo nipônico, são assuntos por conta dos colegas especializados em futebol.

Não dá para ficar calado, porém, a respeito da profunda distorção social que o início da copa do mundo vai revelando. Quem assiste as transmissões, desde quinta-feira, tem a impressão de estarmos na Suécia, tantas lourinhas flagradas pelas câmeras em meio à euforia de um público bem vestido e elitizado.

Negros e mulatos foram vistos só bissextamente, com o agravante de não ter aparecido nenhum torcedor trajado da forma modesta como a maioria de nosso povo. Os estádios, mais parecidos com palácios, podem ter deslumbrado os turistas, mas pouco tem a ver com a realidade do país. Em suma, um espetáculo para os bem aquinhoados, claro que por conta do altíssimo preço dos ingressos, inacessíveis aos operários de salário mínimo.

Não há como deixar de comparar a atual copa com aquela outra, de 1950, quando em vez dos 60 mil privilegiados de hoje, compareciam 150 e até 200 mil pessoas, no antigo Maracanã. Lá, havia espaço nas “gerais”, onde a preços módicos as partidas eram assistidas de pé, alegria dos menos afortunados.

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