Raul Henry reafirma existência de racha no PMDB

O resultado de 59% a favor e 41% contra a manutenção da aliança com o Partido dos Trabalhadores na convenção nacional do PMDB revelou um racha na sigla, na opinião do deputado federal Raul Henry (PMDB). De acordo com o parlamentar, os números revelaram “um partido claramente dividido ao meio”. “E olhe que os 59% foram conquistado sob muita pressão, com cinco ministros telefonando, além de Temer, Alves e Renan. Todo um esforço da cúpula partidária para conter os dissidentes”, destacou Henry.

O deputado pernambucano integra o grupo PMDB Independente, que trabalhou intensamente para tentar barrar o apoio à reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT).

Henry disse acreditar que o resultado da convenção mostrou grande insatisfação interna. Isso porque, segundo ele, o PT vê o PMDB “apenas como cinco minutos de televisão para o guia eleitoral”. “Há muito desprezo e desconsideração nessa relação entre PT e PMDB. Eu inclusive disse à direção do partido que eles deveriam se dar mais ao respeito, porque a relação com o PT é uma relação subalterna, de quem não se dá ao respeito, de quem não é ouvido, de quem não é considerado”.

Ainda segundo o deputado, há duas grandes reclamações dos dissidentes do PMDB – uma que são as contradições regionais e outra que se refere à participação no governo. “O PMDB ficou com uma imagem de partido absolutamente fisiológico, mas o que ele tem hoje são apenas ministérios periféricos, sem nenhuma participação sobre o futuro do país, questões programáticas e políticas públicas. Só que grande parte do partido quer discutir o Brasil com seriedade, mas está alijada desse debate”.

Henry afirmou que como resultado da convenção do PMDB, parte do partido não irá fazer campanha para Dilma Rousseff, e sim para Eduardo Campos (PSB) e Aécio Neves (PSDB). “O PMDB do Rio Grande do Sul, de Mato Grosso do Sul e Pernambuco, por exemplo, vão acompanhar Eduardo, enquanto que o PMDB da Bahia e grande parte do PMDB do Rio de Janeiro devem acompanhar Aécio. Cada diretório estadual fazendo aquela escolha que acha mais conveniente para o país”.