Publisher do “New York Times” desmente acusações sobre demissão de editora

O publisher do jornal americano The New York Times, Arthur Sulzberger Jr., desmentiu boatos veiculados na imprensa de que teria demitido sua editora-executiva Jill Abramson, de 60 anos, por ser mulher ou por disputa de salário.

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Publisher do jornal desmentiu boatos sobre demissão de editora-executiva
“Decidi que Jill não poderia continuar sendo editora-executiva por razões que não têm nada a ver com salário ou gênero”, declarou em comunicado enviado à redação do jornal.

De acordo com a Folha de S.Paulo, Jill Abramson, primeira mulher a se tornar editora-executiva da publicação, foi demitida na última quarta-feira (14/5), ocupando o cargo por apenas dois anos e meio. O período em que ela comandou o diário americano foi marcado por grandes feitos editoriais e comerciais. A publicação ganhou 8 prêmios Pulitzer, o mais conceituado do jornalismo americano.
O publisher alegou que, na condição de diretor, seu papel é garantir a qualidade e o êxito do NYT. “Jill é uma excelente jornalista e editora, mas com grade pesar concluí que sua maneira de conduzir a redação não estava funcionando”, escreveu.

Repercussão

Depois da demissão, uma matéria da revista The New Yoker revelou que, de acordo com fontes anônimas, a saída da editora-executiva havia ocorrido após um impasse sobre o seu salário, que seria inferior ao de seu antecessor Bill Keller.

Sulzberger afirmou que Abramson havia recebido compensação “comparável” a do antecessor. “Na verdade, em seu último ano como editora-executiva, seu salário foi mais de 10% superior ao de Keller”, pontuou.

Relatório

A polêmica sobre a demissão de Abramson ocorre após o vazamento de um relatório interno que aponta problemas para o NYT se adaptar ao digital. O site Buzzfeed obteve acesso a uma cópia do relatório, mostrnado que o jornal não fez o suficiente para “decifrar esse código na era digital”.

O documento destaca que houve uma significativa redução de leitores em relação ao ano passado. Ainda informa que seus competidores BuzzFeed e The Huffington Post estão “obtendo êxito devido a suas sofisticadas ferramentas e estratégias sociais, de busca e de criação de comunidades, apesar de seu conteúdo”.

Na saída de Abramson, Sulzberger argumentou que a alteração foi devido a “um problema com a gestão na redação”. Após o anúncio, as ações da empresa que publica o diário caíram 5% na Bolsa de Nova York.

Novo editor

No mesmo dia da demissão de Abramson, o jornal apresentou Dean Baquet, de 57 anos, como o novo editor-executivo. Ele é o primeiro negro a ocupar o cargo. Baquet já atuou como secretário de redação do NYT e foi chefe do escritório de Washington. Além disso, ganhou um prêmio Pulitzer por uma série de reportagens sobre corrupção em Chicago.