Senadores patrocinados ressaltam legalidade de doações

O Estado de S. Paulo.

Senadores que receberam contribuições financeiras para suas campanhas eleitorais de empresas fornecedoras da Petrobras e são titulares da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instalada para investigar negócios da estatal garantiram ontem que isso não vai interferir em suas atuações no colegiado. Eles afirmam que as doações registradas em 2010 foram feitas dentro da lei.

O líder do Partido dos Trabalhadores no Senado, Humberto Costa, disse que não houve “nenhum tipo de contrapartida” nas contribuições feitas para a sua campanha e para seu partido. “Foram todas feitas dentro da legislação, sem nenhum tipo de contrapartida”, afirmou, ao garantir que há constrangimento “zero” em eventualmente investigar a construtora Camargo Corrêa, que doou R$ 1 milhão para sua campanha.

“É esse o tipo de visão que a oposição tenta colocar. Isso sim é uma maneira de constranger os integrantes da comissão, talvez para que não tomem determinadas medidas que precisam ser tomadas”, disse Humberto.

Também beneficiada com doações da Camargo Corrêa, Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) disse que a empresa é uma dentre várias outras doadoras e as contribuições se deram “dentro das regras legais e vigentes”. “Não há de nossa parte nenhum óbice, visto que não temos qualquer acordo com a mesma, nem mesmo qualquer contato próximo com a direção da empresa”, afirmou.

Os requerimentos apresentados à CPI da Petrobrás no Senado também é outra justificativa usada por parlamentares da base aliada do governo Dilma Rousseff (PT) para afirmar a “neutralidade” da comissão, formada por maioria governista.

De acordo com o presidente do colegiado, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), as investigações da comissão serão feitas com base nos objetos do plano de trabalho aprovado anteontem. “Se alguma empresa estiver dentro desses eixos, os documento vão estar constando participação e vamos trabalhar em cima deles”, disse o peemedebista.