Estadão Conteúdo. O Governo de Minas Gerais e o diretório estadual do PSDB divulgaram notas na noite de ontem (12) rebatendo declarações da presidente Dilma Rousseff (PT) sobre o atraso em projetos prometidos pela petista durante sua campanha eleitoral e em eventos oficiais. Durante a tarde, ela esteve em Ipatinga, no Vale do Aço, para assinar ordem de serviço para o início das obras de duplicação do trecho da BR-381 entre Belo Horizonte e Governador Valadares, no leste do estado. A estrada, conhecida como “rodovia da morte”, é tema de constantes críticas de adversários do Governo Federal, principalmente o senador Aécio Neves (PSDB-MG), que deve disputar a Presidência da República em outubro próximo. Em seu discurso, a petista admitiu a demora na obra, mas atribuiu a culpa também à gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) declarando que “aqueles que criticam” o atraso “vão ter de responder por que nos oito anos em que estiveram à frente do país não fizeram essa rodovia”. “Como forma de tentar desemperrar a execução desta importante obra para a capital mineira, o governo mineiro se ofereceu para elaborar o projeto de engenharia do empreendimento. O projeto foi concluído, no entanto, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) até o momento não liberou o Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais para fazer a licitação da obra”, afirma nota divulgada pelo governo mineiro, comandado por Alberto Pinto Coelho (PP), aliado de Aécio Neves. O texto ressalta que a duplicação “sempre foi e continua sendo de responsabilidade” da União e que a obra “foi prometida pelo Governo Federal desde 2003”. “A presidente Dilma Rousseff deu, em Ipatinga, mais uma demonstração de que governa o país de costas para Minas Gerais. Já em plena campanha eleitoral antecipada para sua própria reeleição, ela veio anunciar o começo da duplicação da BR-381. Essa obra já deveria estar pronta para ser entregue à população”, acrescentou o PSDB-MG, também por meio de nota, na qual acusa a presidente de “enrolar os mineiros” e deixar “atrás de si um rastro de decepção”. O documento ainda enumera problemas no atual projeto, como a falta de duplicação em alguns trechos e o que classifica de “arremedo de solução” em outros. Além da BR-381, obras no Anel Rodoviário de Belo Horizonte também motivaram troca de farpas entre a presidente e o governo estadual. Em seu discurso, a petista “sugeriu” que “se cobre o Governo de Minas Gerais também pelo atraso, […] porque na hora de a gente fazer os acordos e passar os recursos, todo mundo quer, mas na hora de cobrar, só nós somos cobrados?”, indagou. “Ao contrário do que foi dito, até o momento o Governo Federal não repassou ao Governo do Estado nenhum centavo para execução das obras do Anel Rodoviário de Belo Horizonte, já que os recursos são liberados à medida que a obra vai sendo executada”, diz o texto divulgado pelo governo mineiro. |