Executivo de Valor: Aécio Neves colhe 70% dos votos

Valor.

A melhora do pré-candidato do PSDB ao Palácio do Planalto, Aécio Neves, nas mais recentes pesquisas eleitorais e a perspectiva mais clara de que o futuro presidente deve ser eleito num possível segundo turno estão levando empresários a convergir no apoio ao projeto nacional do senador mineiro.

Votação realizada pelo Valor Econômico na festa de entrega do prêmio Executivo de Valor, na segunda-feira (5), mostrou o franco favoritismo de Aécio Neves na elite empresarial. CEOs premiados e gestores influentes de grandes empresas brasileiras concederam ao tucano 70% dos votos, enquanto Eduardo Campos (PSB) registrou 16,5% da preferência da categoria e a presidente Dilma Rousseff (PT), pré-candidata à reeleição, teve apenas 2,9% das intenções.

Até algumas semanas atrás, era nítido o crescente interesse dos grandes empresários por Eduardo Campos. O argumento repetido por muitos era que, em eventual segundo turno, as chances do ex-governador seriam muito maiores, porque ele contaria com o voto dos eleitores de Aécio Neves enquanto o contrário não se daria, visto que os eleitores atraídos à candidatura de Eduardo pela sua vice, a ex-senadora Marina Silva (PSB), dificilmente votariam em um nome do PSDB.

De acordo com essa tese, seria alta a probabilidade de que os eleitores de Marina se dividissem entre Aécio e Dilma, levando a candidata do Partido dos Trabalhadores à vitória em um segundo turno. A saída então seria então trabalhar para Eduardo passar para o segundo turno, única forma de tirar os petistas do poder.

A presidente colhe frutos de seu pouco diálogo com a classe empresarial. O Valor Econômico pediu aos convidados que dessem nota de zero a dez ao governo. Cerca de 88,5% dos votantes deram notas de zero a cinco, sendo que 16,67% atribuíram nota zero. Apenas uma pessoa presente ao evento deu dez.

A votação realizada pelo Valor, obviamente, não tem relevância estatística, mas é um termômetro do que discute nesse momento a elite empresarial. Vários executivos, ao fazer uso da palavra no momento de receber seus prêmios, não economizaram críticas à situação do país e, com diferentes palavras, repetiram o conselho a seus pares de que esta é a hora de mudança.

Nas rodas, a conversa ia do entusiasmo com a subida nas pesquisas de Aécio Neves, que para muitos surpreendia, às críticas à situação fiscal, à situação da indústria, cada vez mais irrelevante no Produto Interno Bruto (PIB), até a preocupação com a crise energética.

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