Mendonça: “Graça Foster ou mente ou é incompetente”

“A presidente da Petrobras, Graça Foster, deu uma demonstração clara de incompetência ou omissão no caso da compra da refinaria de Pasadena”. A opinião é do deputado federal Mendonça Filho (DEM), ao repercutir reportagem de hoje (27) da Folha de S.Paulo, que prova que estatal conhecia há sete anos o comitê de acompanhamento da refinaria, ao contrário do que Graça Foster declarou ontem em longa entrevista ao jornal O Globo.

De acordo com o deputado, essa revelação só respalda a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito Mista para investigar as denúncias de irregularidades que envolvem a empresa brasileira.

“É estarrecedora a revelação porque ou denuncia uma tremenda incompetência da presidente da Petrobras, que não tem domínio e conhecimento de fatos extremamente importantes para a gestão da empresa, ou que ela mentiu. Então, é uma situação absolutamente delicada. Ela vai ter que dar explicações ao parlamento com relação a essas duas possibilidades”, disse Mendonça.

A reportagem da Folha de S.Paulo atesta que formação do comitê interno de Pasadena pode ser facilmente encontrada no início do acordo de acionistas, assinado em 2006 pela Petrobras e a empresa belga Astra Oil, sua sócia na refinaria.

“É espantoso e inacreditável que uma empresa do porte da Petrobras, que adquiriu uma refinaria de petróleo por mais de um R$ 1 bilhão, constitua um comitê de acompanhamento e que a presidente da empresa desconheça isso, não saiba que existe, e que Paulo Roberto era o representante da Petrobras na outra empresa”, afirmou o democrata, se referindo ao ex-diretor da estatal, Paulo Roberto da Costa, preso semana passada pela Polícia Federal.

“Cada notícia nova, cada revelação que se tem conhecimento publicamente de fatos como esse reforça a necessidade de uma comissão mista para que o Congresso Nacional investigue todas essas irregularidades. O que se vê hoje é que a Petrobras está mergulhada num mar de incompetência e irregularidades”, conclui Mendonça, ao lembrar outras denúncias que envolvem a empresa, como o pagamento de propina da empresa holandesa SBM Offshore a funcionários da estatal e suspeitas de desvios de recursos na obra da Refinaria Abreu e Lima.