Cabral faz jogo de cena ao anunciar apoio à reeleição de Dilma

Integrantes da cúpula do PMDB fluminense ouvidos pelo Blog avaliam que o governador do Rio, Sérgio Cabral, faz jogo de cena ao anunciar que o partido no Rio de Janeiro irá apoiar a reeleição da presidente Dilma Rousseff.

De forma reservada, Cabral não esconde sua contrariedade com a decisão do PT de deixar o governo para lançar a candidatura do senador Lindbergh Farias (PT-RJ) ao Palácio Guanabara.

Nos bastidores, Cabral já liberou a militância do PMDB do Rio para apoiar informalmente a candidatura presidencial do senador Aécio Neves (PSDB-MG). E uma posição oficial do diretório do Rio de Janeiro só será definida em junho, no período das convenções.

Integrantes do diretório do Rio avaliam que, até junho, a insatisfação no PMDB com o PT só irá crescer. E que isso pode fortalecer a tese de retirar o apoio formal do PMDB nacional à reeleição de Dilma.

Nas palavras de um interlocutor de Cabral, o governador estava sendo pressionado pelo Planalto a fazer uma demonstração pública de solidariedade a Dilma, depois da queda de braço com o líder do PMDB, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Por isso, Cabral afirmou hoje que o partido buscará votos para ela nas ruas, apesar de “erro político circunstancial” do PT no Estado. “Nós estamos juntos com Dilma e Temer. No PMDB do Rio não há divisão, somos Dilma Rousseff”, disse o governador mais cedo.

A ordem dos rebelados do PMDB é de não antecipar a convenção nacional do partido, como chegou a ser defendido anteriormente. Isso porque o Planalto passou a pressionar lideranças, como o senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) e o próprio Cabral, para garantir o tempo de televisão do PMDB.

Mas, a bancada da Câmara aposta que esse quadro deve piorar até junho, o que pode dificultar o apoio do PMDB, apesar de Michel Temer ser vice na chapa de Dilma.