Mais rápido no gatilho que Aécio, Eduardo flerta PMDB

Do Blog do Kennedy

O governador Eduardo Campos tira proveito da crise entre petistas e peemedebistas

 Quem tem melhor relação com a atual cúpula do PMDB é o senador Aécio Neves (PSDB), mas quem piscou primeiro para o partido foi o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB). Ele afirmou ontem que poderia tratar da eleição presidencial com o PMDB.

Ou seja, Eduardo Campos está mais atento às fissuras no campo governista. O gesto dele vale mais como um sinal de negócio futuro. Serve para deixar uma porta aberta caso a crise entre o PMDB e o PT abra espaço para a oposição pescar apoio e votos.

Em 5 de outubro, a entrada de Marina Silva no PSB surpreendeu o PT. O partido da presidente Dilma Rousseff ficou acuando Campos, que rompeu com o governo em setembro. Se tivesse levado em banho-maria, ficaria cada vez mais caro para o governador de Pernambuco abandonar o barco dilmista. E dificilmente Marina entraria no PSB e viraria vice de Campos.

Agora, com o PMDB, Dilma gerou uma crise praticamente do nada. O
presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, foi claro a respeito do motivo: ‘a desastrada condução da reforma ministerial’.

É para lá de remota a chance de um rompimento da aliança nacional
entre PT e PMDB em apoio à reeleição da presidente. Nesse sentido, o petismo terá assegurada a principal mercadoria: o tempo de TV e rádio dos peemedebistas na disputa nacional.

No entanto, há um clima de tocaia, de torcida contra e de
desapontamento no PMDB que pode ajudar a oposição a criar embaraços para a campanha eleitoral de Dilma. Campos percebeu isso antes de Aécio. E já agiu. Mesmo que não dê em nada, o que é o mais provável, mostra maior disposição para briga.