Por Flávio Chaves – Jornalista, poeta, escritor e membro da Academia Pernambucana de Letras. Foi Delegado Federal/Minc – O Beijo Subversivo não é apenas um livro; é um coração pulsando em cada página, uma ferida aberta que se recusa a cicatrizar. Não há como lê-lo sem sentir o peso e a leveza de um amor que desafia a lógica, as convenções e até mesmo o próprio destino.
Belchior, um homem simples, mas profundamente sábio, carrega em si as marcas de um exílio. Não um exílio em terras distantes, mas no solo que o viu nascer, onde foi condenado por ousar amar uma mulher além de sua classe, de sua condição, de seus limites impostos. Ele não é apenas um protagonista; é um sobrevivente. Suas escolhas o transformaram em um andarilho da alma, um homem que percorre as estradas invisíveis do amor e da dor.
Violeta, por sua vez, é uma força da natureza. Herdeira de um legado imenso, mas cativa de uma vida que nunca lhe pertenceu de verdade, ela encontra em Belchior a chave para um mundo onde ser amada não é um privilégio, mas um direito. E é nesse encontro — tão improvável quanto inevitável — que a história deles ganha vida, vibrando com a intensidade de quem ama sem permissão.
O que este livro nos oferece não é apenas uma narrativa; é uma jornada. Cada página é um degrau que nos aproxima de um abismo onde a coragem e o desespero se entrelaçam. Há um mistério em cada olhar trocado, em cada palavra dita e em cada silêncio compartilhado. Há uma perseguição cruel que ecoa no vazio, um amor que insiste em sobreviver mesmo diante das mais terríveis tempestades.
E há, acima de tudo, uma promessa. A promessa de que o verdadeiro amor não morre. Ele pode ser ferido, banido, silenciado, mas nunca destruído. Ele persiste nas entrelinhas, nas cartas não enviadas, nos sonhos que se recusam a ser esquecidos. Em O Beijo Subversivo, o amor é um ato de resistência, uma rebeldia contra tudo o que tenta esmagá-lo.
Este é um livro que você não apenas lê, mas sente. É um convite para mergulhar na profundidade de um amor que jamais se rende. É para quem já ousou amar além do permitido, para quem sabe que o verdadeiro mistério da vida está na capacidade de se entregar ao incerto e sair transformado.