Economia da Argentina cresce 3,9%, e país sai da recessão

PIB registrou uma retração de 2,1% no terceiro trimestre

Javier Milei Foto: EFE/ Juan Ignacio Roncoroni ARQUIVO

O Produto Interno Bruto (PIB) da Argentina registrou uma retração de 2,1% no terceiro trimestre em relação ao mesmo período em 2023, completando uma série de seis trimestres com taxas interanuais negativas, de acordo com dados divulgados nesta segunda-feira (16) pelo Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec).

Por outro lado, o PIB argentino conseguiu, entre julho e setembro, se recuperar em 3,9% em comparação com o segundo trimestre, após três trimestres consecutivos de quedas.

A atividade econômica deste ano foi afetada pelos efeitos da súbita desvalorização do peso argentino em dezembro de 2023, logo após a posse do governo de Javier Milei, pelo drástico programa de ajuste implementado pelo novo governo e pela inflação ainda muito alta (166% em novembro no acumulado em 12 meses).

De acordo com os dados oficiais, no terceiro trimestre houve uma combinação de crescimento de 3,9% do PIB na oferta global em comparação com o segundo trimestre de 2024 e um aumento de 9,1% nas importações de bens e serviços.

Do lado da demanda agregada, houve uma melhora de 12% na formação bruta de capital fixo e um aumento de 3,2% nas exportações. Já o consumo privado se recuperou em 4,6%, e o consumo público avançou 0,7%.

Dos 16 setores que compõem o PIB argentino, nove registraram queda na atividade no terceiro trimestre em relação ao mesmo período no ano anterior. Entre as principais baixas estão as em construção (-14,9%), indústria manufatureira (-5,9%) e comércio (-6,1%).

A nota positiva foi dada pelo setor agrícola, com um salto interanual de 13,2%, embora a partir de uma base muito fraca devido à grave seca que atingiu essa atividade em 2023.

Nos três primeiros trimestres do ano, o PIB da Argentina caiu 3%.

De acordo com as últimas projeções privadas coletadas pelo Banco Central argentino, espera-se que o PIB do país caia 3% em 2024 como um todo, depois de uma contração de 1,6% em 2023.

*EFE