Duarte Bertolini
A direita só ressurgiu e se tornou vitoriosa por causa da tragédia ideológica do PT no governo brasileiro. Sou gaúcho e fui petista por décadas. Em 1982, quando houve a primeira eleição para governador pós-ditadura militar, fui um dos mais de 50 mil eleitores que votaram no sindicalista Olívio Dutra em 1982.
Mas a esperança e a ilusão foram se corroendo. A chegada ao poder de Olívio Dutra (um bestificado simplório que acabou sendo santificado aqui no Rio Grande do Sul) e a sucessão de escândalos nacionais de corrupção, além da insistência em pautas estrambóticas, tudo isso me fez ser incluído na turma que acha que a era da esquerda (modelo brasileiro e petista) chegou ao fim e fez muito mal ao Brasil.
JÁ CANSOU – A esquerda petista não entendeu por que o povo se afastou dela e nunca vai entender. A arrogância e a soberba invadiram seu DNA. Está difícil defender o petismo e não adianta alegar que Lula merece apoio por ser pragmático.
Quem já viveu Funaro, Zelia e Mailson tem pavor genuíno de ações desse pragmatismo brasileiro, que nos levaram a uma situação semelhante à que ocorre hoje na Argentina.
Graças ao presidente Itamar Franco e sua turma, estamos livres deste fantasma tenebroso e o país conseguiu reencontrar o caminho do desenvolvimento.
DESTRUIR O REAL – Por ignorância fiscal, econômica, ideológica, pessoal etc., o pragmatismo de Lula – em tudo que fez, faz e fará – na verdade pode destruir os pilares do Plano Real, que nos trouxe a esta maravilhosa estabilidade.
Acho que existem dezenas de opões menos nebulosas, mais éticas, mais responsáveis, mais distributivas, mais próximas de nos dar um futuro do que essas caminhadas erráticas dos governos petistas.
A meu ver, é preciso que haja uma conjugação de esforços para impedir que Lula, com sua tosca visão político-administrativa, possa ameaçar o Plano Real e essa bendita estabilidade que hoje desfrutamos. Lula devia se espelhar na Argentina e deixar de atrapalhar sua equipe econômica, que demonstra ter mais responsabilidade do que o presidente.