Talentos fazem a diferença. Por CLAUDEMIR GOMES

Por CLAUDEMIR GOMES

“Nada substitui o talento!”.

A frase antológica do mestre Paulo Jardel nunca esteve tão em voga quanto nessa semana, quando fomos brindados com jogos que entraram para a história de duas das mais destacadas competições interclubes de futebol do planeta: Champions League e Libertadores da América. Detalhe: nos quatro jogos de maior visibilidade, placares surpreendentes e o talento do jogador brasileiro funcionando como ponto de desequilíbrio.

Ficou provado, mais uma vez, que o Brasil segue sendo o maior produtor de insumo do futebol mundial. Nos nossos campos, embora os jardineiros (leia-se gestores) sejam de péssima qualidade, são colhidos os frutos que fazem a diferença em qualquer banquete servido pelo futebol.

Na tarde da terça-feira as atenções de todos se voltaram para a disputa da terceira rodada da atual edição da Champions League. O destaque ficava por conta do confronto do Real Madri com o Borussia Dortmund. A partida foi disputada no Santiago Bernabéu, casa do time madrileno, fato que aumentava o favoritismo dos anfitriões. Mas os alemães começaram surpreendendo ao construir um placar de 2×0 no primeiro tempo.

Entretanto, o Real Madri tem, na sua constelação, um craque que não desiste dos seus objetivos: Vini Jr. O brasileiro que se consolidou, com uma atuação soberba nos 45 minutos finais da partida, como o grande favorito para receber o prêmio de Melhor do Mundo da FIFA, em eleição a ser realizada na próxima segunda-feira, só não fez chover no estádio espanhol, capitaneando a vitória e virada história de 5×2, sendo o autor de dois gols. Um momento digno do novo rei do futebol.

Horas depois do show de Vini Jr. na Champions, do lado de cá do Atlântico, na Minas Gerais, o irreverente Deyverson, com sua cabeleira nevada, comandou a vitória do Atlético Mineiro (3×0) sobre o River Plate da Argentina, em jogo válido pelas semifinais da Libertadores.

A farra da quarta-feira começou com a queda de braço entre Barcelona e Bayern de Munique. Jogando em casa, o time catalão contou com a leveza e velocidade do atacante brasileiro, Rafinha, autor de três gols na história goleada de 4×1 sobre a respeitável equipe alemã.

As arruaças promovidas por uma facção da torcida do uruguaio Peñarol, nas ruas do Rio de Janeiro, transformaram o jogo com o Botafogo, no Estádio Olímpico Nilton Santos, válido pelas semifinais da Libertadores, num confronto de risco. Nos primeiros 20 minutos da partida, ficou difícil diferenciar o jogo de futebol com os embates de MMA, tal a disposição e provocação dos visitantes.

O Botafogo demorou a encontrar uma saída, e o caminho para uma goleada histórica (5×0) construída no segundo tempo, veio do talento do atacante Luiz Henrique.

O futebol não tem mistério. O coletivo tem que ser a prioridade, pois somente assim o conjunto se fortalece, mas o que faz a diferença é o talento individual. Aos maestros compete o desafio de encontrar a forma de melhor explorar os talentos que têm em mãos.

Simples assim.