Em meio à complexa situação envolvendo a malha ferroviária do Nordeste, especialmente no trecho pernambucano da Transnordestina, novos acontecimentos trazem à tona questões ainda mais graves do que o abandono da infraestrutura. Além do impacto econômico e logístico que afeta diretamente a região, agora surgem denúncias preocupantes de intimidação e ameaças. O Sindicato dos Trabalhadores Ferroviários do Nordeste (SINDFER-NE), representado por seu presidente, Luis Claudio Gomes Barbosa, e o advogado Antônio Ricardo Accioly Campos, relataram publicamente tentativas de silenciamento por parte do Presidente das empresas Transnordestina Logística S.A. (TLSA) e Ferrovia Transnordestina Logística (FTL), Tufi Daher Filho, pertencentes ao Grupo CSN.
As ações, movidas no âmbito de um inquérito civil aberto pelo Ministério Público Federal (MPF), e de uma ação popular em curso, têm como foco o “apagão ferroviário” que atinge o Nordeste, e a negligência no avanço da Transnordestina. Segundo as denúncias, ao invés de prestar esclarecimentos sobre a situação, representantes das empresas optaram por intimidações, revelando a tentativa de calar vozes que expõem a falta de compromisso com a região. Esse movimento, além de ser um reflexo da resistência a prestar contas, levanta preocupações sobre o abuso de poder e a pressão contra aqueles que lutam pela melhoria das condições ferroviárias no Nordeste.
Abaixo, segue a íntegra da nota oficial divulgada pelas partes envolvidas:
Nota:
O Presidente do Sindicato dos Trabalhadores Ferroviários do Nordeste, SINDFER-NE, Luis Claudio Gomes Barbosa e o advogado Antônio Campos denunciam ameaças e tentativa de intimidação por parte de Tufi Daher Filho, Presidente das empresas TLSA e FTL do Grupo CSN, referente a procedimentos por eles movidos sobre a malha ferroviária do Nordeste e a questão da Transnordestina, trecho Pernambuco, que está incomodando o poderoso grupo econômico.
1. Em razão da abertura de inquérito civil aberto pelo MPF e pela cobertura livre da imprensa, como também está em curso ação popular movida pelo advogado, passaram a receber intimidações e ameaças, que serão objetos de procedimentos específicos.
2. Noticiou ao Procurador da República, presidente do inquérito, tentativa de intimidação de parte, colocando-se de imediato para prestar esclarecimentos sobre as intimidações, como também o Juiz Federal que preside a ação popular em curso, solicitando medidas acautelatórias urgentes contra a empresa e contra o Sr. Tufi.
3. No lugar de prestar esclarecimentos sobre os fatos e o inquérito aberto, parte para à agressão, típico de quem não tem razão. São Paulo vive um apagão de luz e o Nordeste vive um apagão da malha viária.
4. Não nos intimidarão!
Recife, 18 de outubro de 2024.
SINDFER-NE LUIS CLAUDIO GOMES BARBOSA
ANTÔNIO RICARDO ACCIOLY CAMPOS OAB/PE 12.310