13 de outubro – Dia Mundial do Escritor. Por Flávio Chaves

 Por Flávio Chaves – Jornalista, poeta, escritor e membro da Academia Pernambucana de Letras. Foi Delegado Federal/Minc 

Hoje, 13 de outubro, celebramos o Dia Mundial do Escritor, uma data que resgata a importância daqueles que se dedicam a transformar o mundo com palavras. O escritor é um viajante solitário, um alquimista das emoções que, a cada nova linha, experimenta a ousadia de criar realidades que antes existiam apenas em sua mente. A escrita não é apenas um ato mecânico, é um exercício de coragem. Coragem para sonhar, para desafiar, para sentir o mundo de forma tão intensa que precisa transbordar em frases, parágrafos, livros.

Ser escritor é, antes de tudo, estar profundamente conectado com a humanidade, não importa o quão longe a ficção nos leve. Cada personagem que nasce, cada cenário imaginado, reflete um pedaço da condição humana, de suas lutas, esperanças, angústias e alegrias. A palavra escrita é a ponte que liga o mais íntimo do ser à universalidade do outro. E quem escreve caminha nessa ponte todos os dias, entregando-se ao processo mágico e às vezes doloroso de criar algo que não existia antes.

Não é fácil ser escritor. Muitas vezes, há uma sensação de isolamento, de estar sozinho com as próprias ideias, tentando organizá-las em um emaranhado de pensamentos. O bloqueio criativo, a insegurança, a sensação de que as palavras não são suficientes para expressar o que se quer dizer, fazem parte dessa jornada. No entanto, há também a recompensa. O prazer de ver uma história tomar forma, de perceber que aquela trama, antes apenas sussurrada pela imaginação, agora vive, respira, e pode tocar outras pessoas.

A escrita tem o poder de mover montanhas internas, de despertar paixões adormecidas e de questionar verdades inabaláveis. Os escritores, com suas palavras, podem provocar mudanças sociais, dar voz a quem não a tem, ou simplesmente entreter em uma tarde chuvosa. Cada livro escrito é um pedaço da alma do autor, uma parte de si que, ao ser publicada, não pertence mais apenas a ele, mas a todos que, de alguma forma, se permitirem mergulhar naquele universo.

Quantos de nós já não encontramos refúgio em um livro, nas páginas de um romance ou nas palavras sábias de um poema? Quantas vezes não fomos tocados pela sensibilidade de um texto, pela precisão com que o autor descreveu algo que sentimos e não sabíamos como explicar? É isso que o escritor faz: traduz sentimentos, revela mundos, aproxima pessoas e culturas.

E hoje, celebramos todos aqueles que, com suas palavras, tecem o tecido da nossa existência. Dos grandes clássicos da literatura aos escritores contemporâneos, cada um à sua maneira, contribui para manter acesa a chama do conhecimento, da imaginação e da crítica. Ao abrir um livro, abrimos também a mente para novas possibilidades, para perspectivas que muitas vezes desafiam o que consideramos certo.

Neste Dia Mundial do Escritor, que possamos reconhecer e valorizar o trabalho incansável de quem dedica a vida a escrever. Que suas palavras continuem a ecoar através do tempo, atravessando fronteiras e resistindo às mudanças da história. E que os escritores, esses artífices do verbo, sigam firmes em sua missão de nos fazer sonhar, refletir, emocionar e, sobretudo, transformar.

Escrever é uma forma de resistência, de eternizar aquilo que, de outra forma, poderia se perder. Que nunca faltem histórias a serem contadas, ideias a serem compartilhadas, e escritores dispostos a dar vida a tudo isso.