Do Antagonista
O cantor sertanejo Gusttavo Lima e a advogada e influenciadora digital Deolane Bezerra serão dois dos principais alvos da “CPI do jogo do Tigrinho”, que pode ser instalada em outubro no Senado.
A autora do pedido de investigação, a senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), espera que o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), leia o requerimento de instalação da CPI antes da eleição municipal. O pleito ocorre em 6 de outubro. Até o momento, o pedido de CPI tem 31 assinaturas coletadas; são necessárias 27 para dar início à investigação.
A CPI do jogo do Tigrinho vai mirar crimes como lavagem de dinheiro, manipulação dos caça-níqueis virtuais e a ação ilegal de influenciadores digitais na promoção de jogos de azar.
Pacheco deu indicativos de que poderia ler o pedido de instalação da CPI do jogo do Tigrinho na semana que vem.
“Nesse momento, estamos ajustando alguns detalhes no nosso pedido. Mas acredito que ele possa ser lido quanto antes”, disse a senadora a O Antagonista. “É até bom que o Gusttavo Lima e a Deolane estejam soltos porque eles poderão explicar tudo aos senadores e diretamente à população”, acrescentou a parlamentar.
Os outros alvos da CPI do jogo do Tigrinho
Outro alvo da investigação será Fernando Oliveira Lima, chamado de “Fernandin OIG”, fundador da One Internet Group (OIG), uma holding que gera receitas por meio das redes sociais. Para a senadora, Fernandin estaria por trás da proliferação do “jogo do Tigrinho” no país; ele nega qualquer relação com o caça-níquel virtual.
Antes mesmo da investigação, a senadora já solicitou apoio de alguns órgãos federais para não atrapalhar a condução de outros procedimentos adotados por, por exemplo, a Polícia Federal e o Banco Central. Neste sentido, o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues; o diretor de Política Monetária do Banco Central do Brasil, Gabriel Galípolo, indicado por Lula para comandar o Bacen e o secretário de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda (SPA-MF), Regis Dudena, já indicaram que vão apoiar os trabalhos do colegiado do Senado.
“A gente trabalha em outra vertente [de investigação]. Vamos focar nas bets, mas precisamos mirar nas não legalizadas em crimes como lavagem de dinheiro e também em ilícitos como a manipulação dos programas, dos jogos. Em alguns casos, já temos informações que o usuário começa ganhando, começa bem, para seduzir a pessoa… depois, ela perde tudo aquilo que ganhou. Queremos achar uma forma de auditar isso”, declarou a parlamentar.