Clima de Guerra Política: O egoísmo dos políticos e a ausência de projetos para o povo. Por Flávio Chaves

 

Por Flávio Chaves – Jornalista, escritor e membro da Academia Pernambucana de Letras. Foi Delegado Federal/Minc  –   No cenário político atual, vivemos um clima de guerra, uma verdadeira batalha entre grupos e pessoas que, em vez de pensarem no bem-estar da população, estão focados em suas próprias ambições. O egoísmo dos políticos se manifesta na maneira como suas decisões são tomadas, muitas vezes priorizando interesses pessoais ou familiares em detrimento das necessidades da sociedade. A luta pelo poder se transforma em um espetáculo lamentável, onde o que importa é a manutenção de mandatos e a perpetuação de famílias na política. Em muitos municípios de Pernambuco, por exemplo, vemos situações em que dois ou três membros da mesma família já ocupam cargos políticos, e ainda assim se candidatam a mais posições. Essa dinâmica revela um sistema que não se preocupa com a renovação e com a inclusão de novas vozes, mas sim com a consolidação de um poder que não é mais representativo.

Enquanto isso, questões fundamentais como saúde, educação, moradia e emprego ficam relegadas a segundo plano. Os políticos criam cortinas de fumaça, desviando a atenção do público para temas que não trazem solução real para os problemas cotidianos. Essa falta de compromisso com a melhoria da qualidade de vida da população é um dos maiores obstáculos que enfrentamos. A miséria, a fome e a desigualdade são problemas que, apesar de serem urgentes, continuam sem resposta eficaz. As promessas feitas em campanhas se perdem em discursos vazios, e a população se vê cada vez mais abandonada à própria sorte.

É urgente que repensemos o modelo político e econômico que rege o Brasil. Uma das soluções passa por uma reforma política, que deve tornar o processo eleitoral mais acessível a novas lideranças, limitando a perpetuação de famílias no poder e abrindo espaço para pessoas com novas ideias e verdadeiro compromisso com o bem comum. A educação política também precisa ser intensificada, pois investir na conscientização da população sobre a importância do voto consciente é essencial para que a sociedade entenda o poder que tem em mãos. Somente com esse entendimento conseguiremos eleger políticos que realmente estejam dispostos a trabalhar pelo povo, em vez de apenas servir a si mesmos e a seus grupos familiares.

Além disso, é crucial que mecanismos de participação popular sejam incentivados, permitindo que a sociedade tenha uma voz mais ativa na criação de políticas públicas. Os movimentos sociais e populares devem ser reconhecidos como forças motrizes para a mudança, assim como foram em tantos momentos históricos, inclusive na Revolução Francesa. A verdadeira democracia se constrói com o envolvimento da população, e é preciso abrir canais de diálogo e pressão popular para que as transformações ocorram de fato.

Outro ponto importante é o desenvolvimento de um modelo de crescimento que integre sustentabilidade ambiental e inclusão social. A criação de empregos verdes e o incentivo à economia circular, que reaproveita recursos, podem ser soluções que conciliam a preservação do meio ambiente com a geração de trabalho e renda para os mais vulneráveis. Não se trata apenas de uma questão ecológica, mas de justiça social, pois quem mais sofre com a degradação ambiental são as populações pobres e marginalizadas.

Por fim, é fundamental que a sociedade se una em um movimento de resistência contra o egoísmo dos políticos e suas práticas corruptas. A história do Brasil nos ensina que a luta por justiça e igualdade nunca é em vão. É hora de um despertar coletivo, onde a população não apenas reclama, mas também exige mudanças concretas. Que possamos nos inspirar na Revolução Francesa de 1789 e lutar pela liberdade, igualdade e fraternidade, em busca de um futuro melhor para todos.