Por Flávio Chaves – Jornalista, escritor, poeta e membro da Academia Pernambucana de Letras. Foi Delegado Federal/Minc
Hoje, eu não escrevo sobre a morte de um simples cão. Não, este é um tributo a Joca, um fiel companheiro, um amigo leal, e uma vítima trágica de um erro imperdoável.
Joca era um golden retriever de cinco anos, o tipo de cão que alegrava qualquer ambiente com seu olhar amável e sua personalidade cativante. Sua morte não foi um acidente comum, mas sim resultado de um erro grotesco e totalmente evitável.
É difícil imaginar a agonia de Joca quando, confiante e inocente, ele foi despachado pelo seu tutor em São Paulo com destino a Sinop (MT), naquela que deveria ser uma simples jornada. No entanto, em vez disso, sua caixa de transporte foi colocada em um voo para Fortaleza, milhares de quilômetros distante de seu destino pretendido.
Quando o erro operacional foi finalmente percebido, era tarde demais. Joca foi enviado de volta a São Paulo, em um trajeto que deveria corrigir o erro inicial. Mas o dano já estava feito. Oito horas de viagem sob condições estressantes foram simplesmente demais para o doce Joca suportar.
Imagine o medo em seus olhos, o desconforto em seu coração enquanto ele viajava de um lado para o outro, longe de seu lar e de sua família, sem entender por que isso estava acontecendo. Imagine a dor física e emocional que ele enfrentou quando finalmente sucumbiu a essa jornada tortuosa.
Esta não é apenas uma história sobre um cão perdido; é uma crônica sobre negligência, sobre a falha humana que custou uma vida preciosa. É sobre a necessidade urgente de responsabilidade e cuidado em todas as etapas de nossas vidas, incluindo a logística de transporte de animais de estimação.
Joca não merecia esse destino. Ele merecia amor, segurança e respeito até o último momento de sua vida. Que sua morte não seja em vão. Que ela seja um lembrete doloroso de que cada vida, cada ser vivo, merece ser tratado com dignidade e cuidado.
Adeus, Joca. Que sua memória nos inspire a fazer melhor, a ser melhores, e a nunca esquecer o preço terrível da negligência. Que você descanse em paz, querido amigo de quatro patas. Seu legado viverá para sempre nos corações daqueles que o amaram.