SP abre foco de crise na aliança Eduardo-Marina

Após definir candidatura ao governo do Estado, PSB e Rede não se entendem sobre nome

DA FOLHA DE S.PAULO – RANIER BRAGON  A decisão de Eduardo Campos e Marina Silva de lançarem candidato ao governo de São Paulo abriu um foco de crise na coligação e desagradou inclusive o PPS, partido que sinalizou a adesão à chapa no início do mês. Nos bastidores e em público, o PSB de Campos, a Rede de Marina e o PPS divergem sobre o rumo a seguir.

Após ceder à pressão de Marina, o PSB do governador de Pernambuco desistiu de apoiar a reeleição de Geraldo Alckmin (PSDB), mas diz não abrir mão de que o candidato ao governo seja o deputado federal Márcio França (PSB).

Ex-secretário de Alckmin e principal defensor no partido do apoio ao tucano, França não é visto com bons olhos pelos aliados de Marina, para quem uma eventual candidatura sua seria um mero suporte da campanha do PSDB.

Já o PPS diz que não abre mão do apoio a Alckmin e dá sinais de grande insatisfação com a interferência de Marina em São Paulo. O mal-estar levou Campos a confirmar presença hoje na reunião do Diretório Nacional do PPS.

‘Não vejo como um partido que não tendo sido criado ache que pode lançar candidato pelo partido dos outros’, disse o presidente do PPS, Roberto Freire, referindo-se ao fracasso de Marina em tentar montar a Rede neste ano. A candidatura própria em São Paulo é tratada por Marina como crucial para reforçar o discurso do ‘novo’ na política.