Atrelada ao PT, CUT-PE resiste a Armando Monteiro e cobra ao PT ser ouvida sobre representação política ao governo do Estado

Foto: googlemagem

Desde que a executiva nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) manteve a orientação partidária para que a legenda apoie a candidatura do senador Armando Monteiro Neto (PTB) ao governo do estado nas eleições deste ano, a Central Única dos Trabalhadores de Pernambuco (CUT-PE) vem cobrando a direção estadual do partido mais diálogo com os representantes do movimento sindical e social para assegurar que o candidato represente os anseios da classe trabalhadora de Pernambuco.

“A Central defende os interesses dos trabalhadores, nada contra o senador, mas avaliamos que Armando Monteiro tem uma trajetória ligada ao empresariado e os grandes usineiros. Nossa perspectiva é de que seja construída uma candidatura voltada também para as reivindicações dos trabalhadores”, argumenta o presidente da CUT-PE, Carlos Veras.

“A preocupação dos dirigentes da CUT-PE é de que Armando Monteiro permaneça atendendo somente aos interesses do segmento empresarial, como fez em sua trajetória política como ex-presidente da Confederação Nacional das Indústrias (CNI) e na defesa do Projeto de Lei 4330/2004, que está em trâmite no Congresso, que prevê a terceirização sem limites das relações de trabalho, inclusive na atividade principal da empresa, seja ela privada ou pública”, diz a entidade sindical.

“Os trabalhadores terão um prejuízo muito grande caso esse projeto seja aprovado, assuntos dessa natureza precisam ser colocados à mesa e dialogados com a direção estadual do PT para que o candidato ao Governo do Estado atenda as demandas dos dois lados”, avalia Carlos Veras.

No dia 21 de janeiro, o presidente Carlos Veras expôs ao comunicador Geraldo Freire, em entrevista à Rádio Jornal, que os dirigentes da CUT-PE aguardam uma posição da direção estadual do PT para a construção de um diálogo, com a participação dos (as) trabalhadores (as) dos sindicatos filiados. “Espero que os líderes do Partido tenham essa sensibilidade. Caso não haja sensibilidade aos nossos pleitos e seja definido o apoio a uma candidatura sem dialogar com os movimentos sociais e sindicais, continuaremos reunindo nossos dirigentes da Central para que seja avaliado um melhor caminho para o conjunto dos trabalhadores”, explicou Veras em um tom de preocupação.

A CUT e seus sindicatos filiados são contra a regulamentação do PL 4330/04 e do PLS 87/10, ambos sobre a terceirização. Em suas bandeiras de luta ainda buscam a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais sem redução de salário; o fim do fator previdenciário; a regulamentação da negociação com os servidores públicos; o 10% do PIB para a Educação; o 10% do Orçamento da União para a Saúde; o transporte público e de qualidade; a valorização das aposentadorias; a reforma agrária; a aplicação imediata da Convenção 151, o direito de greve e de negociações coletiva no serviço público; a regulamentação do trabalho doméstico; a democratização dos meios de comunicação; a reforma política; o marco civil da Internet, o salário mínimo regional e a valorização do Sistema de Assistência à Saúde dos Servidores do Estado de Pernambuco (Sassepe).

 

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