Por CLAUDEMIR GOMES
Acordo, no segundo dia do ano 2024, depois de Cristo, com a sensação de que estava escutando o trilar de vários apitos. Sons ensurdecedores anunciando que as fábricas reiniciaram suas produções; o comércio reabre suas portas; o futebol brasileiro é brindado com a primeira competição da temporada; que estamos em ano de olimpíadas; que o carnaval já está na porta; enfim, que teremos uma maratona de 364 dias (um já se foi), em alta rotação.
O primeiro de janeiro é tido como Dia Internacional da Paz. Particularmente o vejo como o dia do ócio. A sensação é de que, o mundo inteiro se entregou a mais preguiçosa das madornas. Embalados por sonhos, promessas e juramentos, mergulhamos em devaneios. Quando estamos vivenciando o ócio, damos asas a liberdade porque nele não existe fronteiras. No nosso imaginário vivemos até as vidas que não foram vividas. Mas o voo deste tapeta mágico acontece apenas nas primeiras 24 horas do ano, diferentemente, daquele das Mil e Uma Noites.
Acorda aruá!
Quando era possível usar a expressão, sem melindrar ninguém, era comum se ouvir: “Vamos trabalhar que hoje é dia de branco!”. Do alto de sua irreverência Pedro Luís – Pedrão – retrucava: “Ôxe! De preto também”.
É isso aí amigo: o primeiro texto do ano permite tergiversadas.
Ainda estou embriagado com tanta beleza produzida pelas luzes distribuídas pela cidade. O réveillon bombou! Aliás, a sensação, por tudo que nos foi mostrado pela televisão, é de que o nosso País está mais alegre. Foram dias sem perrengues: só love. Acho até que, em breve teremos o concurso para ver qual a melhor festa de réveillon promovida pelos Estados. Você poderá fazer suas apostas pelas bets. Afinal, estamos no País das apostas.
Festa de réveillon é bom porque pode tudo, como cantava o Tim Maia. E agora com a liberação de que também pode homem com homem, e mulher com mulher. Depois que aquele outro ficou cantando para o Rei Roberto Carlos – “Me lambe, me lambe…” – a lambedeira foi geral em Fortaleza, Recife, Salvador, Rio de Janeiro, onde aconteceu uma grande festa, a turma se danou a lamber.
É um show!
Mas hoje começa o verdadeiro show da vida. Nos primeiros telejornais já constatamos que, vem por aí, um pacotão de aumentos nos tributos. Dizem que a coisa vem pesada, em ritmo de frevo que o povão gosta.
Não sei onde vamos parar! Reclama o Zé Ninguém – é assim que nós, simples mortais somos vistos – ao constatar, na prática, que o aumento de R$ 100,00 no salário mínimo foi devorado antes de entrar no seu bolso.
Tenha calma seu Zé!
O Big Brother 24 vai começar daqui a pouco para a alegria geral de milhões de Macunaímas. Você separa uns centavos, faz suas apostas, e fica se deleitando com a vagabundagem da turma. Este ano promete: vai ter mais lambe, lambe; fofocas e aulas de maldade. É disso que o povo gosta.
Arrocha! Bota fogo na fogueira Tadeu.
A turma da resenha matinal da Padaria Diplomata já lançou o desafio: quem sobe este ano? Calma! Primeiro as primeiras coisas: quem será o campeão pernambucano?
O cenário não é animador.
“Os jogadores estão chegando de carrada”, revelou o porteiro de um dos grandes clubes do Recife. O experiente, Alfredo Augusto Martinelli, lembra que, “foi-se o tempo que os treinadores trabalhavam com um elenco de 28 a 30 profissionais”. Verdade! Mas nossos %u201Cgrandes clubes%u201D já contrataram mais de 20 candidatos a jogador.
Vejamos o que vai sobrar no balaio.
