Ruídos na comunicação. Por CLAUDEMIR GOMES

Por CLAUDEMIR GOMES

Com o fechamento da vigésima-sexta rodada, observamos que, o empacotamento dos clubes, no Brasileiro da Série B, está consolidado. Fato que desperta a atenção do público para a competição. É importante diferenciar nível técnico de competitividade. O nivelamento observado nesta edição da Segundona Nacional, não pode ser atribuído a um bom nível técnico. É produto único da competitividade expressa pelas equipes.

O Sport está há cinco rodadas sem saborear uma vitória, entretanto, tal oscilação não desbancou o time da expressiva condição de vice-líder. O Vitória não vence há três jogos, e na sua última apresentação foi goleado – 6×0 – pelo CRB, que, neste returno, vem descrevendo uma das campanhas mais vitoriosas. Apesar do hiato, o rubro-negro baiano segue como líder isolado.

As reações apresentadas por Atlético de Goiás, e CRB, nas últimas cinco rodadas, onde ambos os times contabilizaram 13 dos 15 pontos disputados, lhes colocam na condição de protagonistas na briga pelo acesso, visto que, ambos estão, respectivamente, a um e a quatro pontos do Novo Horizontino, que, no momento, ocupa a quarta posição do G4.

O notório empacotamento da Série B, que leva nove clubes a sonharem com o céu, faz com que, o sucesso seja separado do insucesso por uma linha muito tênue. Tal fato foi observado no confronto do Novo Horizontino com o Avaí, que fechou a última rodada. Uma vitória levaria o clube paulista a vice-liderança, entretanto, como perdeu um jogo onde era tido como favorito, permaneceu na quarta posição, na tabela de classificação, com 45 pontos. Mesma pontuação de Vila Nova e Criciúma, seus seguidores mais próximos.

O empate do Sport (3×3), com o Criciúma, na Ilha do Retiro, provocou muitos ruídos na comunicação do clube leonino. Tudo começou com a falta de habilidade da diretoria de futebol, e a falta de agilidade do departamento de comunicação do clube, na divulgação equivocada sobre a participação, ou não, do jogador, Diego Souza, na partida.

No final do encontro, o técnico, Enderson Moreira, deu um chá de espera de uma hora e meia, nos repórteres que lhes aguardavam para a coletiva de imprensa, e destilou toda sua insegurança, com o momento que atravessa o time leonino, no veneno que cuspiu na mídia, a quem, de forma generalizada, fez acusações injustas. Na segunda-feira, primeiro dia útil da semana, quando era esperado um clima mais ameno, foi a vez dos jogadores. Capitaneados por Vágner Love, tentaram adoçar a limonada, mas sem habilidade no trato com as palavras, fizeram o ponche amargar que nem fel.

De desabafo de Love se pinça a infeliz citação: “Quem não quiser apoiar fique em casa”. Lamentável.

Primeiro que o torcedor do Sport é de uma fidelidade incontestável. Segundo: a exemplo de todos os outros torcedores existentes no mundo inteiro, o amante do Leão da Ilha do Retiro é movido pela emoção. Alguma reação de descontentamento, expressa ao final do doloroso resultado (3×3) do confronto com o Criciúma, é fruto da paixão. O torcedor se sente traído ao ter seus sonhos frustrados. Isto faz parte da liturgia do futebol, o esporte que mais mexe com a emoção dos humanos.

Não é fácil para um torcedor observar, e achar que está tudo normal, a queda de rendimento da equipe, num momento de definições, quando começa a contagem regressiva para o encerramento do campeonato. Afinal, nos últimos cinco jogos, o Sport sofreu 9 gols, uma média de 1,8 gol por partida. Nas 22 rodadas anteriores, a equipe havia sofrido 17 gols, média de 0,77 por jogo.

Entendo que, alguns cronistas, gostam, de forma equivocada, de analisar os jogos falando no pressuposto. Ora, quem faz suposições é pai de santo ou futurólogo. Cronista tem de analisar os fatos. Mas é injusto generalizar toda a crônica esportiva pernambucana, taxando os profissionais de negacionistas.

Os próximos confrontos do Sport serão com o lanterna ABC, e o vice lanterna Londrina. Como bem coloca o jornalista, José Gustavo, são jogos que o torcedor coloca como vitórias na conta do Leão.

Que os jogadores se comportem como prometeram.

Até lá, esperamos que diminuam os ruídos na comunicação, do Clube da Ilha do Retiro.