Senado Federal quer igualar black blocs a terroristas

O Estado de S. Paulo.

Em um movimento incomum para uma segunda-feira (10), o Congresso Nacional reagiu imediatamente à morte do cinegrafista da TV Bandeirantes, Santiago Andrade. Após um dia de manifestações de repúdio e de cobranças em plenário por punições exemplares, o presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL), decidiu colocar em votação em plenário, até a próxima semana, o projeto de lei que define o crime de terrorismo para enquadrar black blocs.

Os parlamentares chegaram a defender que se use a norma para enquadrar ações de vandalismo e depredação cometidas pelos integrantes dos movimentos nas diversas manifestações de rua.
Atualmente, não há legislação específica para o crime de terrorismo. Sem uma lei, crimes têm sido enquadrados na Lei de Segurança Nacional, da época da ditadura militar.

Renan Calheiros disse que o Congresso Nacional vai fazer “a sua parte” para aumentar a pena de quem comete tais atos, a fim de inibi-los. “Quando você pune levemente, você passa para a sociedade a ideia de que o crime compensa. E o crime não pode jamais compensar”, afirmou.

De acordo com a proposta que deve ir a votação, o crime de terrorismo será punido com 15 a 30 anos de prisão em regime fechado. As penas poderão ser elevadas nos casos em que tenha ocorrido morte e uso de artefato explosivo, como no caso envolvendo o cinegrafista.

Dar um basta – O Conselho de Comunicação Social do Congresso Nacional também cobrou dos governos federal e estaduais “medidas urgentes” para garantir a integridade física dos profissionais de imprensa. “No presente e no futuro, é preciso dar um basta a esta crescente violência contra jornalistas, radialistas e outros comunicadores para garantir o direito do cidadão à informação”, diz a nota de repúdio do órgão.