Por CLAUDEMIR GOMES
Definitivamente, o Campeonato Brasileiro não é para os fracos. Não é preciso ser nenhum expert sobre o assunto para chegar a tal conclusão. Basta observar “a dança das cadeiras”, para entender porque a maioria dos treinadores, está a beira de um ataque de nervos, e a disputa sequer chegou a metade.
Como todo cronista esportivo acha que tem uma resposta pronta para tudo, me aventuro a dizer que, no futebol pentacampeão do mundo, o julgamento, e a sentença dos técnicos, vêm da arquibancada. Cientes de tal poder, e cegos pela paixão, as violentas torcidas organizadas, transformaram o terrorismo numa coisa banal, e utilizam, como instrumento de intimidação sempre que os resultados em campo não correspondem as expectativas.
Enderson Moreira, técnico do Sport, em que pese ter três acessos à Série A em seu currículo, tem revelado uma instabilidade emocional, diante de cobranças pacíficas feitas por torcedores, após alguns jogos, nos quais o time leonino não apresentou um bom futebol. Como consequência, amargou resultados nada satisfatórios para os torcedores rubro-negros.
Com uma arrogância que não condiz com um profissional que foi dispensado por seis clubes, na última temporada, o treinador do Sport usa o contra-ataque como defesa, mas deixa evidenciada sua inquietação com os gritos de alerta emitidos pelos torcedores.
O Sport descreve uma campanha elogiável. Isto é fato. Mas não chega a ser uma garantia de sucesso. O que assegura o acesso dos clubes que alcançam o G4 é a regularidade. A Série B está a três rodadas do fechamento da primeira fase, ou primeiro turno (jogos de ida), momento em que começam a ser definidas as tendências. A partir do início da disputa do returno, as mutações se tornam decisivas, vitais, para a proposta de cada equipe. Eis a importância de investir em qualidade, nesta janela que segue aberta até o início do próximo mês, para melhorar o DNA dos times.
Plagiando o genial, Dom Helder Câmara, podemos dizer: “Você pensa que o torcedor não pensa, o torcedor pensa!”. E faz comparações, traça paralelos e analisa as campanhas de outros times candidatos ao acesso.
MOMENTO DE REFLEXÃO
A duas rodadas do final da fase de grupos da Série B, o Santa Cruz dispensa o técnico Felipe Conceição. A dose extra que fez o caldo entornar foi a derrota (2×0) para o Campinense.
A verdade é que o profissional foi o pode expiatório de um projeto que não deu liga nem dentro, nem fora de campo. As Repúblicas Independentes do Arruda foram transformadas num ninho de vespas. Sendo assim, o grande mal do Tricolor passou a ser os tricolores.
O momento é imperativo!
Fazer uma reflexão, se despir das vaidades, e por fim a uma série de arremedos, dando início a um projeto exequível, com começo, meio e fim, para dotar o clube, novamente, de uma estrutura profissional, é mais que necessário para tirar o Santa Cruz deste processo de insolvência.