SILÊNCIO SALUTAR. Por CLAUDEMIR GOMES

Por CLAUDEMIR GOMES

 “Há males que vem para o bem!”.

Não poderia haver melhor interpretação para a convincente vitória (2×0) do Sport sobre o Guarani, na noite do domingo, em jogo válido pela quinta rodada do Brasileiro da Série B. A partida foi disputada, sem público, na Ilha do Retiro. Os portões do estádio estavam fechados para os torcedores, como pena pelas arruaças registradas num confronto com o Vasco, ano passado.

Em condições normais, a justa penalidade imposta pela CBF, seria motivo para grandes lamentações. Contudo, como o Sport vinha de uma frustrante perda de título – Copa do Nordeste – para o Ceará, o silêncio vindo das arquibancadas neste domingo, levou o time a navegar num suave ruído que levou o conjunto leonino a não perder a harmonia.

Como bem afirma o rubro-negro, Manoel Costa – Costinha: “Vencer é o céu”.

Normalmente, a presença do torcedor leonino, na Ilha do Retiro, funciona como um ponto de desequilíbrio. O Estádio Adelmar da Costa Carvalho cheio é desconfortável para qualquer adversário. Isto é fato. Mas, pontualmente, neste confronto com o Guarani, o que mais Luciano Juba e seus companheiros necessitavam era de calmaria. Ficar longe de qualquer tipo de cobrança. Sendo assim, as arquibancadas desertas conspiraram para que o Leão não errasse o passo, e mantivesse o compasso.

O ufanismo tem tomado conta de alguns cronistas esportivos, que passaram a se comportar como autênticos mestres de futurologia. Esta edição da Série B tem como marca registrada o equilíbrio de forças. No final das disputas do primeiro turno é que começarão a se desenhar as tendências. Começar bem é sempre positivo, mas o desafio é manter a pegada ao longo de trinta e oito rodadas.

O Sport disputou duas partidas, contabilizou dois resultados positivos, e a julgar pelo bom futebol que apresentou diante do Guarani, principalmente no primeiro tempo do jogo, está creditado a dar sequência ao ritmo da boa largada. Mas é preciso olhar para o time e ter ciência do seu tamanho. A mesma advertência serve para o Vitória, Criciúma, Vila Nova, e outros clubes que também largaram de forma positiva. Muitos times ainda estão sendo ajustados, e devem render bem mais no transcorrer das disputas. Ou não, afinal, no futebol tudo é muito relativo.

Nas Séries B, C, e D, as vitórias como mandante asseguram uma manutenção, mas o clube que tem pretensões mais ousadas, também precisa vencer na condição de visitante. O jornalista, José Gustavo, que sempre faz boas leituras do desempenho dos clubes nas competições nacionais, tem por hábito dizer que, “jogo em casa tem que estar na conta do mandante”. Esta regra criada por ele é imprescindível para o sucesso.

Existem coisas que sabemos de cór. Quanto mais baixo o nível técnico da competição, piores são as condições de jogo. Portanto, não concordo com reclamações sobre o estado do gramado em determinado estádio da Série C, da Série D… Primeiro é primeiro, segundo é segundo e terceiro é terceiro em qualquer lugar do mundo. E olha que a regra vale desde que o mundo é mundo. Portanto, algumas queixas não passam de mi, mi, mi.

Se o jogo é em casa, “põe na conta”, como aconselha José Gustavo.

Vale lembrar que o “lucro” está lá fora, na casa dos outros. É preciso ter competência para ir buscar.

O bom é que agora, todas as atenções estão voltadas só para o Brasileiro.