As tropas da Coreia do Sul e dos Estados Unidos iniciaram nesta segunda-feira (11) as manobras militares anuais, muito criticadas pela Coreia do Norte. O fechado regime de Pyongyang ameaça Seul e Washington com um ataque nuclear, além de ter anunciado o fim do acordo de armistício e a suspensão da linha vermelha de telefone entre as duas Coreias.
Coreia do Sul e Estados Unidos – que têm 28.500 soldados no sul da península – iniciaram manobras militares batizadas de “Key Resolve”, parcialmente virtuais, mas que mobilizam milhares de soldados.
Como em todos os anos, Pyongyang condenou os exercícios, que compara a uma invasão do Norte pelo Sul com a ajuda de Washington.
As manobras acontecem depois de uma semana de forte tensão na península: Pyongyang ameaçou denunciar nesta segunda-feira o acordo de armistício que encerrou a guerra da Coreia de 1953, citou a possibilidade de “guerra termonuclear” e advertiu Washington sobre a exposição a um “ataque nuclear preventivo”.
Este contexto explosivo acontece após o lançamento pela Coreia do Norte em dezembro de um foguete considerado por Seul e seus aliados como um míssil balístico, seguido de um terceiro teste nuclear em fevereiro e de novas sanções adotadas na sexta-feira pelo Conselho de Segurança da ONU.
Após a votação da ONU, o regime norte-coreano anunciou que considerava nulos “todos os acordos de não agressão entre o Norte e o Sul”.
O “Rodong Sinmun”, o jornal do Partido Comunista norte-coreano, confirmou nesta segunda-feira o “final completo” do acordo de armistício que encerrou a guerra da Coreia em 1953.
“Com o armistício que ‘explodiu’ (…) ninguém pode prever o que vai acontecer neste território a partir de agora”, advertiu o jornal.
O ministério sul-coreano da Unificação – responsável pelas relações entre os dois vizinhos – anunciou que o Norte parece ter cumprido outra de suas ameaças: a suspensão do telefone vermelho entre Pyongyang e Seul para casos de emergência.
A linha, instalada em 1971, foi suspensa em cinco ocasiões pelo Norte, a última delas em 2010.
A ameaça de “ataque termonuclear” foi considerada como retórica por analistas, uma vez que o Norte não tem capacidade militar para atingir os Estados Unidos.