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Reina o caos no sistema penitenciário do Maranhão. A bem dizer, reina o caos no sistema penitenciário do Brasil. No País do futebol, as torcidas organizadas barbarizam, depredam equipamentos públicos e trucidam seus rivais. Os dirigentes dos clubes de futebol passam a mão na cabeça dos trogloditas dessas torcidas. Dentro e fora dos presídios, a violência faz parte do show de selvageria e barbárie da sociedade brasileira. Pedrinhas, no Maranhão, é a sucursal do inferno, ou mais propriamente é o próprio inferno. Entonces, a solução seria decretar intervenção federal naquele feudo do clã de Ribamar Sarney. Quem seria o interventor? Uma das opções seria o filhote Zequinha Sarney, proprietário de um dos bigodes mais indecentes da República dos marimbondos de fogo. Ou então o próprio Ribamar Sarney, considerado pelo sapo vermelho mor como uma das principais reservas morais do Brasil. O filho de Dona Lindu adora o pai da governadora do Maranhão. Dia desses subiu nos cascos e esculachou um repórter que teve a ousadia de falar em “oligarquia no Maranhão”. Seja dito a bem da verdade que reina o caos no sistema penitenciário de todo o País, e não apenas no feudo de Ribamar Sarney. Zeus me livre de defender essa gente, de tentar justificar o caos e a barbárie em qualquer lugar. Faz pouco tempo o ministro da Justiça, fulano de tal Cardozo, disse que preferia morrer a ter que cumprir pena em alguma penitenciária do País, onde os direitos humanos são violados como parte de um sistema medieval. Falou isto em novembro do ano passado, quando estavam sendo trucidados presos nas cadeias, policiais nas ruas e bichos humanos em São Paulo, onde mais se morre e se mata, de susto, de bala ou vício. O sapo vermelho mor adora os bigodes de Ribamar Sarney, e pelo santo se beija o altar, também adora as tranças de Roseana. Não por acaso a ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, cumpre silêncio misericordioso sobre o Maranhão. Nenhum Estado brasileiro pode bater nos peitos para criticar o sistema penitenciário no Maranhão. Eu disse nenhum, nenhunzinho, nenhunzão. Zero. O sistema é medieval em todos eles. Nenhunzinho governador de Estado visitou nenhumazinha penitenciária de nenhum Estado, nem do Maranhão, de São Paulo, do Pará, de Pernambuco. Eles têm vergonha e têm medo de enfrentar a realidade. Prevalece a lógica de que melhorar o sistema penitenciário seria premiar ou criar mordomias para delinquentes. Nunca jamais em tempo algum nenhum governantes, nenhuma anta, nem em tempo de crise nem em tempo normal, fez uma visita de trabalho a uma unidade penitenciária para anunciar alguma melhoria ou reforma. Nem a filhota de Ribamar Sarney, nem Alckmin, nem Sergio Cabral, nem a Princesa Isabel, nem Eduardo Campos, nem Brizola, nem Getúlio Vargas, nem Duarte Coelho, nem Carlos Lacerda, nem Joaquim Francisco, nem Antônio Carlos Magalhães, nem João Agripino, nem José Serra, nem o conde Maurício de Nassau, nem Ciro Gomes, nem Av. Conselheiro Rosa e Silva, nem a Rua Manoel Borba, nem Agamenon Magalhães, nem a mãe de pantanha, nem o avô de pantanha. De tal modo o sistema vai sendo movido pela inércia, do jeito que o diabo gosta. A Funase, onde menores infratores são enjaulados, também é uma sucursal do inferno, já foi dito mil vezes. No dia em que um governador ou governante fizer uma visita de trabalho a uma dessas sucursais medievais do inferno, haverá um milagre no Brasil. Ano passado menores da Funase de Pernambuco também degolaram cabeças, num espetáculo macabro. Intervenção? Vamos lá! Maranhão, São Paulo, Ceará, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Pernambuco …. em todos os Estados onde canta o carcará e onde cantava o sabiá, onde reina a barbárie social. Depois de decretar intervenção para resolver o problema da barbárie no sistema penitenciário, vamos decretar mais intervenção para enquadrar os planos de saúde mercenários, para evitar o caos nas rodovias federais e estaduais, para tirar a saúde pública da falência, para combater a epidemia das drogas, evitar o assassinato de 40 mil brasileiros por ano … para redescobrir o Brasil! Nesse capítulo o Brasil continua navegando nos tempos medievais, sem as luzes do Renascimento cultural. Mas, não seja por isto. A Rede Globo já ensaia o Big Brother, haverá carnaval e copa do mundo. A macacada vai cair na gandaia, esquecer a carnificina do Maranhão e a barbárie nacional. Isto é Brasil! *Jornalista, joseadalbertoribeiro@gmail.com |
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