Tesouro terá de fazer aporte para evitar reajuste na luz

A Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee) afirmou, nesta quinta-feira (18), que em 2014, o Tesouro Nacional terá de fazer aporte similar ao feito em 2013, de R$ 9,6 bilhões, para evitar que o consumidor arque com um reajuste até 13% acima do que será autorizado para o próximo ano. O reajuste anual da tarifa tem como base o índice de inflação, os custos operacionais do serviço e a compra de energia vinculada a contratos já existentes.

“Em 2013, as tarifas ficaram em patamar razoável porque houve o aporte do Tesouro Nacional. Se não tivesse o Decreto 7.945, que possibilitou um aporte de R$ 9,6 bilhões, os reajustes teriam sido no mínimo 10% a mais. Para 2014, a situação é similar e, portanto, pode-se seguir o mesmo raciocínio: se não houver solução para a questão, o efeito do reajuste pode ter incremento de até 13%, sem contar com os cerca de 6% de inflação”, disse o presidente da Abradee, Nelson Fonseca Leite.

De acordo com a entidade, o cenário de impacto financeiro para 2014, influenciado pelos resultados do Leilão A-1 feito na última terça-feira, e pela não implementação do sistema de bandeiras tarifárias – que permitiria repasses imediatos para o consumidor, dos aumentos do custo de energia para as empresas – pode causar efeitos no plano de investimentos das distribuidoras de energia, podendo comprometer o cumprimento, no prazo, das obrigações contratuais do setor.

No leilão de geração A-1 foram contratados 2.571 megawatts (MW) médios, a partir de empreendimentos de energia hidrelétrica e termelétrica já existentes. “O A-1 cobriu apenas 40% das necessidades das distribuidoras. E não havendo compensação do governo, haverá reajuste para compensar o problema financeiro de giro de caixa. Não conseguimos gerar caixa suficiente”, acrescentou Marcos Delgado.

Exame.