Ex-funcionário do governo americano vazou os documentos que revelaram esquema mundial de espionagem; depois, fugiu para a Rússia
John Macdougall/AFP

Manifestantes pró-Edward Snowden com máscaras do ex-funcionário da NSA
Agora, a Agência de Segurança Nacional (NSA) dos EUA, responsável por esse esquema, pensa em anistiar Snowden, como uma forma de “diálogo”, segundo o jornal britânico The Guardian.
Mas com uma condição primordial, claro: que ele devolva todos os documentos sigilosos que foram roubados e que ainda não foram divulgados.
O plano da NSA não tem apoio do governo americano, que ainda quer trazê-lo ao país para julgá-lo, mas é visto como uma possível saída para o impasse.
Apenas uma porcentagem ínfima do que ele possui já veio à tona. Prometendo a Snowden que ele não seria preso e julgado, os EUA poderiam impedir que documentos ainda mais comprometedores fossem divulgados.
O que pode atrapalhar o plano é o fato de esses arquivos estarem na mão de jornalistas, não mais nas mãos de Snowden. É isso o que ele garante, ao menos.
Snowden disse que se livrou dos arquivos quando entrou na Rússia, para que não caíssem nas mãos do governo russo.
Outro fato que pode atrapalhar a anistia é que esse plano não é unanimidade nem dentro da NSA. A anistia é defendida por Rick Ledgett, que lidera as investigações sobre o vazamento dentro da agência.
Já o diretor da NSA, o general Keith Alexander, quer puni-lo. “Se um indivíduo atira em 10 de seus 50 reféns, ele não deve ser solto por ter deixado os outros 40 reféns vivos”, comparou em uma entrevista ao programa “60 Minutes”, da CBS.
“Milhões de documentos”
Muito se especulou sobre quantos documentos Snowden realmente possui. As estimativas começaram em 10 mil, passaram para 200 mil e agora já se fala em 1,7 milhão.
Uma fonte do governo relatou ao jornal The New York Times sobre o trabalho da NSA: “Eles passaram centenas e centenas de horas tentando reconstruir tudo o que Snowden fez, mas eles ainda não sabem dizer tudo o que ele conseguiu pegar”.
O FBI acredita que ele agiu sozinho e que fez o download dos arquivos aos poucos, durante meses, enquanto trabalhava normalmente.