Voto secreto: à espera da palavra final

Carlos Chagas

 Vencida, propriamente, a batalha não está, porque mesmo aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça, falta manifestar-se o plenário do Senado. Como a Câmara já havia votado, está por algumas sessões a obrigação de serem abertas todas as votações no Legislativo.

Trata-se de um formidável avanço democrático. Não havia explicação, a não ser fisiológica, para deputados e senadores se esconderem atrás do voto secreto quando apreciavam cassações de colegas, vetos presidenciais e nomeação de autoridades diplomáticas ou judiciárias.

Mostrar a cara, e o voto, em todas as situações, seria o mínimo exigido pelo eleitor. Saber como se comportam os parlamentares é direito inalienável de quem votou neles. Para não ficar mal com companheiros de bancada, ou para ficar bem com o governo, valia o voto secreto. Como estamos a um passo de não valer mais, aguarda-se a palavra final dos senadores. Fácil não vai ser, dadas as longas discussões na Comissão de Constituição e Justiça, mas como acabou prevalecendo o bom senso, espera-se que a decisão se repita.