A emoção e o cérebro

    Suenen Chaves       Por SUENEN CHAVES

Na qualidade de seres emocionais , nós consideramos as emoções experiências conscientes. Mas quando nos dedicamos a analisar as emoções no cérebro, verificamos que as experiências emocionais conscientes constituem apenas um dos aspectos, e não necessariamente a função principal dos sistemas que as produzem.

Isso não torna nossas experiências conscientes de amor ou medo menos reais ou importantes, mas significa apenas que, se quisermos entender de onde vêm as vivências emocionais, teremos de reorientar nossa busca. Do ponto de vista do amante, a única coisa que importa no amor é o sentimento. Mas do ponto de vista daquele que procura compreender o que é um sentimento, por que ele ocorre, de onde provém e por que certas pessoas dão ou recebem com mais facilidade do que outras, talvez o amor, o sentimento, não tenha nada a ver com isso realmente.

Quando nos adentramos no mundo do cérebro e suas emoções, percebemos que há inúmeros caminhos diferentes. A ciência cognitiva percebe a mente como um computador e , tradicionalmente, tem destacado seu interesse em como as pessoas e máquinas resolvem problemas, como encontram a lógica e soluções, a importância do jogo de xadrez e determinadas variáveis. Deixando de enfatizar, isolando ou extinguindo as razões que nos fazem às vezes felizes, outras vezes tristes.

O principal interesse que atribuo é a busca insistente do sistema que dá origem às nossas emoções. Sabe-se que não há um único sistema emocional, mas sim diversos sistemas, e que cada um deles, desenvolve-se com uma finalidade funcional diferente, produzindo diferentes espécies de emoção. Esses sistemas atuam fora da esfera consciente e constituem nosso inconsciente emocional.

Quando voltamos nossa atenção para nosso interior,percebemos como elas são, ao mesmo tempo óbvias e misteriosas. Constituem os estados mentais que mais conhecemos e cuja lembrança nos é mais clara. No entanto, às vezes não sabemos de onde provêm. As emoções ou estados emocionais podem ir-se modificando lenta ou repentinamente, e suas causas podem ser evidentes ou obscuras.

Nem sempre entendemos o que nos faz acordar com o pé esquerdo. Podemos ser agradáveis ou detestáveis por razões diferentes daquelas às quais atribuímos nosso comportamento. Podemos reagir ao perigo antes mesmo de “sabermos” que ele está a caminho. A beleza estética de uma pintura, uma escultura ou qualquer coisa pode atrair-nos mesmo quando não entendemos conscientemente por que gostamos dela.

Sendo assim, nossas emoções e sentimentos representam aquilo que nós somos. É a nossa essência e forma inconsciente representada na diversidade que envolve-nos e faz nosso coração vibrar. É difícil imaginar uma vida sem emoção. Não, não existe! Nós vivemos para elas, estruturando situações e criando maneiras para vivenciar a satisfação, prazer compartilhado nos momentos de alegria e entusiasmo com àqueles queridos e que se tornaram importantes para nós.

Tentamos evitar ou fugir de situações que possam nos causar decepção, tristeza ou sofrimentos.

Para alguns, as emoções são reações físicas que se desenvolvem como parte da luta pela sobrevivência.Outros defendem, que são estados mentais que surgem quando as reações corporais são captadas pelo cérebro. Uma outra opinião considera que as reações físicas são secundárias na emoção, pois o mais importante ocorre no interior no nosso cérebro.

As emoções também têm sido relacionadas como formas de agir ou falar. Impulsos inconsciente encontram-se no âmago de uma emoção,segundo certas teorias, enquanto outras enfatizam a importância das decisões conscientes.

As possibilidades de entendimento são imensas. Somos seres pensantes que estamos sempre em busca de resultados, soluções e descobertas afim de melhorarmos nossa compreensão e nos adentramos na amplitude e infinidade que consiste a mente humana. Mais interessante que buscar é nos envolvermos interiormente e analisar tudo aquilo que nos cerca e que nos faz enxergar e exprimir estados emocionais diferentes.

É uma interiorização constante que assim feita, refletirá no modo como lidamos com situações onde há uma resistência maior e nas dificuldades que precisam ser dissolvidas.

É preciso conscientizar-se de que tudo reagirá de modo mais satisfatório quando houver um entendimento mais profundo dos sentimentos e emoções presentes. Sendo assim, a interação e convívio com as pessoas também terá um cunho mais agradável e amigável. Refletir e praticar sobre o que foi dito e a importância da palavra pronunciada, criar meios de entendimento e aprofundar-se no aspecto mente e emoções nos faz alcançar estados mais amplos e estáveis de consciência. Isso reproduz consequentemente hábitos saudáveis repercutindo na qualidade emocional e crescimento interior.