Por CLAUDEMIR GOMES – Os Estaduais estão chegando ao fim, o que possibilita algumas análises sobre os clubes que se preparam para as disputas do Brasileiro, cujo início está previsto para o final do mês. Por ser o Sport o único representante pernambucano na Série A, o rubro-negro pernambucano atrai para si as atenções dos “analistas”. Vale salientar que, em tempo de rede social, a turma do achismo se multiplica numa velocidade assustadora.
Sinais dos tempos! Todo mundo acha, todo mundo faz live, podcast, mas poucos enxergam a realidade dos fatos. Aliás, o amigo Adherval Barros, numa de suas últimas postagens, disse, ao seu jeito, uma porção de verdades. Adherval, se preciso for, cospe fogo, e isso queima muita gente, razão pela qual já foi apelidado de “coveiro do futebol pernambucano”. Não se chega as flores sem passar pelos espinhos! Mas poucos aceitam isso.
O pelotão dos cronistas mais experientes, me incluo nessa seleção, analisa os fatos por óticas diferentes. Sinto-me confortável quando a opinião dos “velhos” companheiros coincidem com a minha. Isso nos deixa com a certeza de que não somos estranhos no ninho.
Com a internacionalização do futebol temos a oportunidade de assistir a jogos de inúmeras competições estrangeiras. Campeonatos de vários países em diferentes continentes. Entretanto, esta semana me concentrei no futebol brasileiro. Vi vários clássicos. Duas coisas têm feito a diferença: a qualidade técnica, que sempre foi ponto de desequilíbrio, e a dinâmica do jogo, que é uma questão coletiva.
O posicionamento tático é basicamente o mesmo. Não podemos esquecer que o mundo vive interligado. Marcação em duas linhas de quatro jogdores; quando a marcação é baixa a segunda linha tende a ganhar mais uma peça… Uma marcação feita por uma equipe que pratica um futebol de alta performance é bem diferente da exibida por um time de baixa qualidade técnica.
Algumas coisas parecem imutáveis no futebol. Desde sempre, em jogos parelhos e decisivos, a marcação é priorizada pelos treinadores. O que vai desequilibrar é a qualidade técnica dos jogadores. De forma equivocada, algumas pessoas afirmam que “fulano é muito habilidoso, mas não marca ninguém”. Ora, se sua habilidade for suficiente para atrair a marcação de dois adversários, ele já está minando e limitando a ação do adversário.
Sport e Santa Cruz vão para o segundo clássico, neste sábado, válido pelas semifinais do Pernambucano. A superioridade técnica do conjunto rubro-negro é indiscutível. Os tricolores vão tentar se impor pela dinâmica. Anos atrás não se falava em autoajuda. Os treinadores usavam frases de efeito. Uma bastante usual era: “Quem tem vontade carrega meia vitória!”
Traduzindo: O time que for a campo com garra, determinação e muita entrega está mais próximo do sucesso. Foi justamente isso que aconteceu no Clássico das Multidões, na fase de classificação, quando o Santa Cruz venceu o Sport. Naquela partida, o conjunto leonino estava girando na baixa, por outro lado, o time tricolor girou na alta o tempo todo.
No primeiro confronto das semifinais o Sport se apresentou com outra dinâmica e sua qualidade técnica desequilibrou. Tem quem afirme que: “2×0 é placar de otário”. Nunca consegui assimilar tal princípio. Pergunto: quem é o otário, quem construiu a vantgem, ou quem está em desvantagem? Posso está equivocado, mas acredito que todo treinador gostaria de ir para uma decisão com a vantagem de dois gols. Fico com a sabedoria de Givanildo Oliveira: “Toda vantagem numa decisão é substancial”.
De uma coisa tenho certeza: a torcida tricolor vai comparecer em peso ao Arruda. Todos os ingressos postos a venda serão adquiridos. O Santa Cruz vai usar a energia que é gerada nas arquibancadas para aumentar sua rotação. O Sport, mais uma vez, vai usar sua melhor qualidade técnica para chegar as finais.
A ansiedade e o nevorsismo serão iguais aos dos clássicos de antigamente. Pertencem ao DNA do futebol.