Por Flávio Chaves – Jornalista, poeta, escritor e membro da Academia Pernambucana de Letras. Foi Delegado Federal/Minc – Entre o som abafado das batidas de um teclado e as noites onde o sono parecia uma promessa distante, nasceu O Beijo Subversivo. Esta não é apenas uma história de amor. É uma trama que desafia convenções, que questiona o poder e que nos lembra do que somos capazes quando decidimos amar com coragem e resistir com dignidade.
Belchior e Violeta são muito mais do que personagens criados para ocupar as páginas de um livro. Eles são, em essência, fragmentos de humanidade. Ele, um filósofo humilde, é um exilado dentro de sua própria terra, um homem cuja existência se revela na solidão de pensamentos e livros. Perseguido por um sistema que despreza os que ousam pensar diferente, Belchior vive em um cárcere sem grades, aprisionado pelas forças invisíveis do poder e da intolerância. Ela, uma mulher que carrega consigo os vestígios de um passado que não lhe deu escolhas, mas que jamais conseguiu roubar-lhe a força, representa a resiliência e a luz em meio às sombras. E é no encontro de seus mundos que o amor surge como um gesto de subversão.
Mas o que é, afinal, o beijo subversivo? Não é apenas um toque de lábios ou uma expressão de carinho. É amar e beijar uma mulher que pertenceu a um sistema de oligarquia arcaica, que sempre ditou as regras e tentou controlar seus passos. É uma declaração contra o conformismo, um ato que desafia tudo o que tenta separar os amantes. É o instante em que Belchior e Violeta rompem as correntes que os aprisionam, reafirmando que o amor pode ser a força mais poderosa para transformar vidas e confrontar injustiças. Este beijo é uma metáfora para o encontro de duas almas que se recusam a ceder ao peso do mundo.
Escrever O Beijo Subversivo foi mais do que um ato criativo. Foi uma jornada. Durante 12 anos, vivi intensamente essa história, moldando-a com noites insones, pensamentos inquietos e uma paixão que não se apagava. Cada palavra escrita era um passo em uma travessia por campos de memórias, dores e esperanças. Cada capítulo, um espelho onde vi refletidas as complexidades do amor, da justiça e da resistência. Belchior, com sua coragem silenciosa, e Violeta, com sua força luminosa, foram companheiros de uma travessia que muitas vezes espelhou as minhas próprias lutas e descobertas.
Belchior e Violeta me ensinaram que o amor não é simples, mas também não é frágil. Eles enfrentam um mundo que não os quer juntos, um sistema que os oprime e tenta destruir o que construíram. Mas o amor que os une é também o que os transforma. Em cada gesto, em cada beijo, eles gritam contra as amarras que tentam sufocá-los. Porque amar, em um mundo tão cheio de opressão, é também resistir. Amar, em sua essência, é um ato revolucionário.
Este livro não é apenas sobre Belchior e Violeta. Ele é sobre todos que já ousaram amar, mesmo quando o mundo dizia não. Sobre aqueles que carregam no coração as marcas de uma luta por algo maior que eles mesmos. É sobre quem já perdeu e quem já recomeçou. O Beijo Subversivo é uma celebração à coragem, às imperfeições e à esperança que nunca morre.
Hoje, ao compartilhar esta história com o mundo, sinto que entrego mais do que um romance. Entrego um pedaço de mim, das minhas próprias verdades e sonhos. Espero que, ao mergulhar nas páginas deste livro, você encontre mais do que palavras. Que encontre reflexões, inspiração e, acima de tudo, a lembrança de que o amor, quando verdadeiro, é a força mais subversiva que existe.
Se você acredita no poder do amor para desafiar limites e transformar vidas, convido você a descobrir O Beijo Subversivo. Que esta história o toque profundamente, que as palavras de Belchior e Violeta ressoem em seu coração e que, ao fechar o livro, você se sinta transformado. Porque, no final, o amor que desafia é o amor que nos salva.