A privatização das praias volta à pauta no congresso e é hora do povo protestar. Por Flávio Chaves

O mar é do povo, o direito ao lazer também

Por Flávio Chaves – Jornalista, poeta, escritor e membro da Academia Pernambucana de Letras. Foi Delegado Federal/Minc   

O projeto de lei que visa à privatização das praias brasileiras, que havia sido amplamente discutido e posteriormente deixado de lado, voltou a ser colocado em pauta no Congresso Nacional. Após um período de silêncio, o tema será novamente debatido na próxima semana, suscitando preocupações sobre o impacto de tal medida no acesso do público a essas áreas naturais.

A proposta de privatização das praias brasileiras, se aprovada, poderia restringir o acesso da população a esses espaços, que são considerados patrimônios naturais de todos os cidadãos. As praias, com suas belas paisagens e importância cultural, são um dos poucos lugares de lazer acessíveis à maioria da população, especialmente para aqueles que não têm condições financeiras de pagar por opções de turismo e lazer mais exclusivas.

O direito de acesso às praias é visto como um bem coletivo e fundamental, sendo essencial para o bem-estar físico e psicológico da população. Para muitos, as praias são um dos poucos lugares onde é possível desfrutar da natureza e do lazer sem custos elevados. A possível privatização dessas áreas representaria uma barreira significativa ao acesso, especialmente para as camadas mais vulneráveis da sociedade.

A proposta, que visa transformar as praias em áreas exclusivas para quem puder pagar pelo acesso, tem gerado críticas entre especialistas e organizações que defendem a preservação do acesso livre às praias para todos os cidadãos. A privatização poderia resultar em cercas e restrições, limitando a liberdade de ir e vir da população em locais que sempre foram públicos e acessíveis.

Essa discussão reforça a importância de garantir que o Congresso Nacional atue em nome do interesse coletivo, assegurando que os recursos naturais e espaços públicos sejam preservados como bens comuns, acessíveis a todos os cidadãos, independentemente de sua condição social ou econômica.

O acesso às praias brasileiras deve ser preservado como um direito de todos, garantindo que o lazer e o contato com a natureza continuem sendo possibilidades acessíveis para a população, especialmente para aqueles que já enfrentam diversas dificuldades em suas rotinas diárias. A proposta de privatização das praias, portanto, segue sendo um ponto de intenso debate no cenário político nacional, com impactos diretos sobre os direitos e o bem-estar da população.

A luta pelo acesso livre às praias é um direito de todos.