Academia de Letras e Cepe homenageiam Mauro Mota e Cláudio Aguiar segunda-feira

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Do Jornal O PODER

A Academia Pernambucana de Letras e a Companhia Editora de Pernambuco – Cepe realizarão em conjunto, na próxima segunda-feira, (01/12) às 15 horas, uma sessão especial para o lançamento do número 12, da revista Pernambuco. A publicação é dedicada à comemoração dos 80 anos do acadêmico Cláudio Aguiar. Marca também a passagem dos 40 anos da morte de Mauro Mota, um dos maiores poetas pernambucanos de todos os tempos, que foi das academias Pernambucana e Brasileira de Letras.

Cláudio Aguiar

Nasceu em 1944, no sitio Buriti dos Carreiros, situado no topo da Serra da Ibiapaba, vila de Poranga, Ceará. Aos 10 anos de idade sua família transferiu-se para Fortaleza, onde ele passou a estudar no tradicional Liceu do Ceará. Mais tarde, a partir de 1962, radicado no Recife, matriculou-se no Ginásio Pernambucano. Em 1971, graduou-se pela Faculdade de Direito do Recife.
Então, começou a atuar na imprensa recifense, principalmente como colaborador literário do Jornal do Commercio e Diário de Pernambuco. Em 1982 foi admitido como pesquisador do Ministério de Assuntos Exteriores de Espanha (Madrid), estudando a obra do filósofo José Ortega y Gasset. Mais tarde, conquistou bolsa de estudo do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) perante a Universidade de Salamanca, onde, em 1986, defendeu tese doutoral na área de Direito Internacional sobre a imigração espanhola ao Brasil, sob o título: Organización Social yJurídica de los Inmigrantes Españoles en Brasil, alcançando, então, o título de doutor pela mesma universidade.

Reconhecimento

Em 1993, ao aposentar-se de cargo público, exerceu a função de professor convidado da Universidade Federal Rural de Pernambuco, atuando na área de convênio firmado entre aquela instituição de ensino e a Universidade de Sherbrooke-Irecus – Canadá (1990-94).
Como romancista, dramaturgo, ensaísta e poeta recebeu vários prêmios e distinções, merecendo destaque, em virtude do conjunto de sua obra, o prêmio-homenagem, de caráter internacional, concedido em 1994 pela prestigiosa Cátedra de Poética Fray Luís de León, da Universidade Pontifícia de Salamanca (Espanha), ocasião em que esta entidade lhe outorgou também o Título de Honor pela mesma Universidade. Em 2009, na Espanha, conquistou o Prêmio Ibero-americano de Narrativa “Miguel de Unamuno” pelo livro El rey de los bandidos, publicado pela Editorial Verbum, de Madrid. Fundador de Caliban, uma revista de cultura, na qualidade de editor-responsável publicou 10 (dez) números (1998-2007). Em outubro de 2012, Aguiar recebeu o título de Cidadão de Salamanca (Huésped Distinguido), concedido pela Prefeitura (Ayuntamiento) por decisão unânime da Câmara local, distinção conferida a grandes personalidades da cultura e das letras.

Instituições

Em 2015, recebeu o Prêmio Jabuti pelo livro Francisco Julião, uma biografia, publicado pela Editora Civilização Brasileira (Rio de Janeiro). É membro de várias entidades culturais e literárias, entre as quais se destacam: Academia Pernambucana de Letras, Instituto Arqueológico Histórico e Geográfico Pernambucano (IAHGP), Academia Carioca de Letras, Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB) e PEN Clube do Brasil, do qual foi seu Presidente de 2011 a 2020. Também presidiu a Fundação Miguel de Cervantes de Apoio à Pesquisa e à Leitura da Biblioteca Nacional.

Obras

Além de ‘Francisco Julião – uma biografia’ destacam-se entre as suas inúmeras obras, ‘ O Suplício de Frei Caneca’, ‘Caldeirão’, ‘ A Corte Celestial’ e ‘Os Espanhóis no Brasil’.

Mauro Mota

Mauro Ramos da Mota e Albuquerque nasceu no Engenho Buraré, Pernambuco, no dia 16 de agosto de 1911. Era filho do promotor público José Feliciano da Mota Albuquerque e de Aline Ramos da Mota Albuquerque. Fez seus estudos primários em Nazaré da Mata e no Recife. Ingressou no colégio Salesiano, época em que escreveu seus primeiros versos, no jornal O Colegial, dirigido pelo padre Nestor de Alencar. Mauro Mota casou-se muito jovem, com Hermantine Cortez, com quem teve dois filhos. Formou-se em Direito, em 1937, pela Faculdade de Direito do Recife. A morte de sua esposa, o inspirou a escrever inúmeras poesias.
Dedicou-se ao ensino, à literatura e ao jornalismo. Foi professor de história e geografia em vários colégios pernambucanos, entre elas a Escola Normal, na qual conquistou a cátedra com a tese O Cajueiro Nordestino.

Contribuição

Como jornalista foi secretário e redator-chefe do Diário da Manhã. Com o Estado Novo, passou para o Diário de Pernambuco, chegando a diretor, em 1956. No Diário de Pernambuco dedicou-se ao suplemento literário, abrindo caminho para as novas gerações. Sua contribuição literária foi das mais importantes tanto para a prosa como em verso. Publicou “A Tecelã”, “Os Epitáfios” e “O Galo e o Catavento”. Em prosa destacam-se “Geografia Literária” e “Paisagem das Secas”.

Executivo

Mauro Mota foi superintendente do Instituto Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais, entre 1956 e 1970. Foi diretor do Departamento de Documentação e Cultura da Cidade do Recife e do Arquivo Público Estadual de Pernambuco, de 1972 a 1984

Novo Momento

Foi casado pela segunda vez, com a pintora e cronista Marly Mota, com quem teve quatro filhos. Foi membro da Academia Pernambucana de Letras, sendo seu presidente por mais de dez anos. No dia 5 de janeiro de 1970, foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras. Recebeu o Prêmio Olavo Bilac da Academia Brasileira de Letras, o Prêmio da Academia Pernambucana de Letras por seu poema Elegias, o Prêmio Jabuti da Câmara Brasileira do Livro e o Prêmio Pen Clube do Brasil pelo livro Itinerário. Mauro Mota faleceu no Recife, no dia 22 de novembro de 1984.

Serviço

Evento: lançamento da edição 12 da revista Pernambuco

Data: 02/12/24

Hora: 15h

Local: Academia Pernambucana de Letras , Av Rui Barbosa, 1596, Graças Recife, PE

Entrada e estacionamento gratuito: Av. Malaquias, logo após a AABB.

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