Os municípios de São Bento do Una e Brejo da Madre de Deus, no Agreste, serão os próximos municípios a entrar na rota de abastecimento do rio São Francisco. Para levar mais água às duas cidades, estão sendo executadas pela Compesa as obras da Adutora do Agreste que vão permitir o início da operação dos trechos de tubulação já assentados a partir do município de Belo Jardim e em direção aos dois municípios. A iniciativa resultará em uma mudança significativa no abastecimento, que seguem atualmente um severo calendário.
Com investimento de R$ 27 milhões, a obra vai beneficiar 100 mil pessoas a partir de junho do próximo ano. Com 93% das tubulações já implantadas, restam assentar cerca de 4km de tubos de diâmetro entre 900 a 250mm, incluindo uma travessia sobre o Rio Ipojuca no trecho para São Bento do Una. Porém, em uma obra desta magnitude não há apenas o assentamento de tubulações a ser realizado. Diversas outras estruturas importantes estão sendo construídas.
“Ventosas e descargas são dispositivos de operação e segurança da adutora. As ventosas servem para permitir a saída de ar na tubulação, evitando inclusive, em caso extremo de alta pressão, o estouramento da adutora. As descargas são dispositivos utilizados para a limpeza inicial das tubulações e o esvaziamento da adutora em caso de necessidade de manutenção”, explica o engenheiro responsável pela execução desse trecho, Max Coutinho.
Já a travessia que será construída sobre o rio Ipojuca terá 112 metros de extensão. Trata-se de uma armação metálica, apoiada em blocos de concreto armado. Esta estrutura aérea que tem previsão de conclusão para fevereiro de 2025, foi pensada por diversos motivos, como facilitar o acesso à adutora em caso de manutenção e devido a extensão e profundidade do rio naquele ponto, que impossibilitou passar a tubulação por dentro dele.
Retomada em junho deste ano, pela gestão da governadora Raquel Lyra, após ficar paralisada desde 2021, a obra representa um trecho importante do projeto da Adutora do Agreste. “O Sistema Adutor do Agreste foi concebido para atender a região Agreste, que historicamente sofre com fenômenos cíclicos de estiagem e a finalização deste trecho atenderá ao município de São Bento do Una e Brejo da Madre de Deus, onde há reduzida segurança hídrica. As águas oriundas do Rio São Francisco vão mudar a realidade da população das cidades”, destaca o presidente da Compesa, Alex Campos.
Em Brejo da Madre de Deus, a expectativa da Companhia é reduzir significativamente o rodízio na distribuição de água com a conclusão das obras. Hoje a maior parte da cidade conta com esquema de seis dias com água e cinco dias sem. Já no município de São Bento do Una a Companhia espera reduzir expressivamente o atual regime, que é de três dias com água e 25 dias sem. A previsão de conclusão desse trecho da Adutora do Agreste é para junho de 2025, quando serão iniciados os testes para posterior início da operação do sistema.