O roteiro é simples. Passe parte da vida pesquisando sobre gastronomia. Descubra e exercite uma nova abordagem, correlacionado gastronomia com o entorno histórico social e econômico. Começe Abordando os manjares da sua aldeia. Decida ser universal. Escolha um tema inédito, original e cativante. Aconselhe-se com o maior especialista do Vaticano em assuntos bíblicos. Trabalhe com zelo, método e aplicação durante dez anos. Tempere com muito talento. Publique por uma conceituada editora brasileira. Providencie uma tradução para o ‘português de Portugal’. Publique a ‘ tradução’ por uma das principais editoras da Europa. Pronto. O banquete está servido.

O prêmio

Com esses ingredientes, Maria Lecticia, que faz parte da Academia Pernambucana de Letras, encantou o mundo. O livro foi lançado em Lisboa com grande sucesso. O cardeal José Tolentino de Mendonça, um dos mais importantes da alta hierarquia do Vaticano, uma espécie de avalista eclesiástico da obra, assina o prefácio. Para coroar tudo isso e colocar a autora no topo do panteão mundial da literatura gastronômica, só faltava o reconhecimento formal. Que chega nesta segunda, 18 de novembro deste ano da graça de 2024.

Solene gran prix

A conceituada Academia Internacional de Gastronomia concedeu a Maria Lecticia o “Prix de la Littérature Gastronomique’ 2024. A cada ano o prêmio é entregue em um país diferente. Este ano será em Lisboa, Portugal, cidade preferida de Maria Lecticia e do seu marido, o tri-acadêmico José Paulo Cavalcanti Filho. A entrega do prêmio ocorrerá em jantar de gala na Casa das Galeotas, às 18h30, horário de Lisboa.

O livro

‘A Mesa de Deus’ é uma minuciosa descrição dos alimentos e bebidas citados na Bíblia, com análise dos hábitos e costumes que os circundavam.
Resultado de uma ampla e original pesquisa, o livro nasceu de uma conversa da autora com o cardeal Dom José Tolentino Mendonça acerca da importância da alimentação para o povo de Deus. Após ler e reler a Bíblia, a autora fez anotações sobre os principais alimentos que aparecem no Livro Sagrado e estudou os hábitos alimentares dos hebreus nos diversos momentos de sua trajetória. O trabalho de pesquisa, conexão dos temas e escrita durou nada menos que 10 anos.

Aplaudido pela crítica

No Brasil e na Europa o livro foi recebido com aplausos entusiásticos.
Na análise ‘A mesa de Deus, um livro para degustar’, Edmílson Caminha diz que
poucas obras se oferecem tão ampla e substanciosamente para uma pesquisa sobre alimentos quanto a que reúne a palavra dos profetas e dos evangelistas: vai do fruto proibido (a maçã, a formar com a cobra mal disfarçados indicadores da relação sexual inaugurada por Adão e Eva) até a Última Ceia, em que, estranhamente, Cristo põe-se com os apóstolos de um só lado da mesa, como a posar para o afresco pintado por Leonardo da Vinci. Na missa católica, o sacramento da comunhão chega ao extremo de um rito simbolicamente antropofágico, quando Jesus nos convida a comer o pão do seu corpo e o vinho do seu sangue.

Resta dizer

Parabéns. Muito orgulho para os pernambucanos, nordestinos e brasileiros.

Do Jornal O PODER