Bate-boca: Comentaristas brigam ao vivo na GloboNews; assista

Sandra Coutinho reivindicou a Demétrio Magnoli seu “lugar de fala”

Sandra Coutinho e Demétrio Magnoli discutem na GloboNews Foto: Reprodução/GloboNews

Os comentaristas da Globonews Demétrio Magnoli e Sandra Coutinho protagonizaram, nesta sexta-feira (1º), uma cena inusitada, desencadeada após a reivindicação da jornalista por “lugar de fala”.

Durante a exibição do programa Em Pauta, Sandra analisava as eleições dos Estados Unidos, acerca de uma possível dificuldade de Kamala Harris conquistar o eleitorado negro no pleito da próxima terça-feira (5).

Ela baseou sua afirmação na condição de gênero da candidata democrata, colocando o fato dela ser mulher como fator de desvantagem nesse quesito.

– As pessoas têm vergonha de dizer que são misóginas – declarou Sandra Coutinho, justificando a falta de apoio a Kamala.

A analista que nutre clara inclinação às pautas progressistas estabeleceu relação de efeito e causa entre a desvantagem da democrata nas pesquisas de intenções de voto ao fato dela ser mulher.

– Acompanhei várias pessoas falando na Geórgia e na Carolina do Norte que não querem uma mulher na Presidência. Desculpe, mas nesse assunto… Sei que, com pauta identitária, ninguém tem mais paciência. Mas quem tem lugar de fala sou eu. O caminho para as mulheres é mais difícil – disse Coutinho impondo uma irrelevância à análise de seu colega, Demétrio, por ser homem.

O comentarista se manifestou.

– Também tenho lugar de fala. Tenho lugar de fala porque sou analista político – disse Magnoli.

Neste momento, Sandra Coutinho ironizou:

– Você é mulher? Você é mulher?

Neste momento a temperatura subiu e ambos passaram a ignorar a fala do outro, dando início a um bate-boca.

– Analiso o voto de todos os setores – tentou argumentar Demétrio.

E Sandra insistiu:

– Sei, meu amor, mas acontece que a misoginia é uma coisa real.

O comentarista disse que sua análise sobre o assunto é profissional, não de gênero. E Sandra Coutinho o acusou de mansplaining (autoridade exercida pelo homem por supor que sua ótica seja superior a de uma mulher).

– Você está mansplaining para mim, né? É algo que estou querendo dizer como mulher. Curioso – disse Sandra.

Magnoli sinalizou que a retórica da colega atuava na tentativa de anular sua condição profissional de analista.

– Você está proibindo que eu exerça a minha profissão – disse Demétrio.

Coutinho insistiu na abordagem de gênero.

– As pautas identitárias cresceram muito, mas a questão feminina não está resolvida.

Imediatamente, o jornalista a repreendeu:

– Não falei que está resolvida.

Sandra voltou a falar em mansplaining a fim de garantir sua fala.

– Você está me interrompendo, está fazendo uma coisa feia, chamada mansplaining. Deixe-me terminar de falar.

Sem conseguir estabelecer seu ponto de vista, Demétrio começou a rir, ironizando a narrativa da colega.

– Acho inclusive feio você rir debochadamente. Não faço isso com você. Tenho respeito pela sua opinião. Fiz uma brincadeira sobre lugar de fala. É importante dizer que não se trata de mimimi – disse Coutinho, que no início da discussão também debochou de Demétrio o questionando se ele seria uma mulher.

Assista: