Por CLAUDEMIR GOMES
O Planeta Bola viveu nesta segunda-feira a expectativa do anúncio dos vencedores da Bola de Ouro de 2024, maior, mais expressivo e mais cobiçado prêmio do futebol internacional. O brasileiro Vinícius Jr. era o favorito para conquistar o troféu, que foi entregue ao espanhol Rodri, jogador do Manchester City e da Seleção da Espanha.
As qualidades do vencedor são inquestionáveis, assim como, está fora de discussão a melhor temporada do brasileiro. Não vi nenhuma explicação plausível que justificasse a não indicação de Vini Jr. como o melhor do mundo, no momento. Sabemos que ele, e qualquer outro jogador, jamais será unanimidade, mas negar este prêmio ao atacante do Real Madrid chega a ser uma agressão.
O clima da cerimônia no Théâtre du Châtelet, em Paris, traduziu bem a não aceitação da equivocada premiação, que foi marcada pela total e irrestrita ausência de representantes do Real Madrid, mesmo com o clube espanhol, e alguns dos seus profissionais, tendo sido agraciados com outras premiações.
Em diálogo íntimo e pessoal, cá com meus botões, pus para fora um monte de interrogações:
Será que ainda estamos no século passado, quando o futebol foi trazido para o Brasil e os negros não podiam jogar?
Será que Nelson da Conceição, Leônidas, Pelé… não jogaram o suficiente para soltar todas as correntes de preconceitos?
Será que, por ser negro, Vini Jr. não pode dançar, não pode expor a alegria reservada aos bailarinos da bola?
Será que a Lei do Silêncio que imperava na senzala foi adotada no futebol mundial?
Desculpem! A injustiça que fizeram com o Vini Jr. me deixou confuso.
Vou ouvir o Chico Buarque: “Pai, afaste de mim este cálice”.