Crise cultural em Olinda: Artistas sofrem com falta de pagamento da Lei Paulo Gustavo

Olinda, uma cidade mundialmente reconhecida por sua rica cultura popular e erudita, está enfrentando um grave problema: a falta de comprometimento da atual gestão com os recursos destinados aos produtores culturais. Em um momento em que o setor artístico local, duramente afetado pela pandemia da Covid-19, esperava um alívio através da Lei Paulo Gustavo, os artistas contemplados com os recursos ainda não receberam o apoio financeiro prometido.

A verba, que deveria ser repassada pela Prefeitura, já está disponível pelo Governo Federal, mas o que se vê é uma paralisia por parte da Secretaria de Patrimônio, Cultura e Turismo de Olinda. Até o momento, os mais de 2 milhões de reais destinados a apoiar os projetos culturais aprovados não foram liberados, deixando centenas de produtores culturais sem resposta e em uma situação de incerteza.

O impasse não se limita apenas à falta de pagamento. Informações indicam que há um conflito entre as secretarias municipais envolvidas no processo — Cultura e Fazenda —, com divergências que têm travado o repasse dos recursos. O caso foi encaminhado à Procuradoria Geral do Município (PGM), mas sem uma solução aparente à vista. O edital original previa que os valores começariam a ser pagos em dezembro de 2023, no entanto, a desculpa dada pela administração municipal é que “não há recursos disponíveis.”

Essa postura da gestão Lupércio levanta questionamentos: como uma verba federal, já aprovada, está sendo impedida de alcançar os artistas por causa de disputas internas da prefeitura? A desorganização e a falta de clareza só agravam ainda mais a crise cultural que assola Olinda.

A gestão do prefeito Lupércio tem se mostrado ineficaz no que diz respeito ao apoio e fomento à cultura local. Em uma cidade que respira arte e tradição, o abandono dos artistas reflete a falta de prioridade da administração pública em promover e preservar o patrimônio imaterial de Olinda. Os produtores culturais estão sendo deixados à margem, enquanto o cenário cultural da cidade, que já foi vibrante, está em decadência.

Os questionamentos continuam: onde estão os recursos? E por que a prefeitura, que deveria ser a facilitadora do processo, se tornou um obstáculo para que os artistas recebam o que lhes é de direito?

Olinda merece mais. Seus artistas merecem mais. E a cultura, que é a alma dessa cidade, não pode ser negligenciada.