Nesta terça-feira (15), a vereadora Raíssa Lacerda (PSB) retornou à Câmara Municipal de João Pessoa e, durante discurso na tribuna, criticou sua prisão no âmbito da Operação Território Livre, deflagrada pela Polícia Federal. A operação investiga um suposto esquema de aliciamento de eleitores em troca de votos.
Raíssa classificou sua prisão como uma “injustiça” e afirmou que o presidente da Câmara, Dinho Dowsley (Avante), deveria ter sido o alvo, uma vez que alguns dos investigados seriam assessores dele. “Eu sou inocente, sofri um calvário. O que mais me surpreendeu foi ser presa com três assessores do presidente da Casa”, declarou a vereadora.
“Josivaldo, apoiador de Dinho e conselheiro, que todos vocês veem com ele aqui. Pollyanna, maior apoiadora de Dinho no São José, me proibiu de entrar lá. Isso saiu no Fantástico. Não sou eu que estou dizendo, é a Polícia Federal”, afirmou Raíssa Lacerda durante discurso na tribuna.
O presidente da Câmara, Dinho Dowsley, que presidia a sessão, questionou a presença de Raíssa no plenário. “Vossa excelência não deveria nem estar falando no pequeno expediente, porque está quebrando uma cautela judicial. Agora, que vossa excelência fez essas acusações, terá que provar tudo na Justiça”, retrucou Dinho.
Antes de encerrar a sessão, Dinho voltou a reforçar sua posição, dizendo que Raíssa precisará provar as alegações feitas em plenário. “Entendo o momento vivido pela vereadora Raíssa, que tem todo o direito de se defender na Justiça, mas não vou admitir envolvimento com meu nome em questões que diz a respeito a vida dela e o que ela vem passando. Só peço a Jesus Cristo que lhe dê muita sabedoria e reforço tudo que foi dito, vamos ter que ir pra justiça, porque infelizmente eu nunca vou subir nessa tribuna pra acusar nenhum vereador aqui desta casa. (…) Eu não tenho um processo judicial contra a minha pessoa e aí acusações vão ter que ser na justiça provadas”, declarou.
Raíssa foi presa preventivamente no dia 19 de setembro, mas obteve a liberdade provisória, com a condição de cumprir medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica. A defesa da vereadora solicitou a revogação das medidas, mas o Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba (TRE-PB) negou o pedido.
Com informações do Jornal da Paraíba.