Por Luciano Bivar*
A falácia de que vão vender só o departamento de futebol e vão preservar o patrimônio é risível. O que menos ao torcedor interessa são as piscinas, sede e até mesmo o estádio da Ilha. O que estão preparando para a venda é a nossa história, nossas glórias do passado e nosso prestígio nacional; O patrimônio pouco importa para os forasteiros detentores da SAF.
Acordo de acionista em preservar e alugar patrimônio para SAF é “balela”, o nosso Direito sempre prevalecerá ao controlador das ações. Se amanhã houver qualquer desentendimento entre a SAF e o “presidente gestor” do patrimônio do clube, a SAF alugará uma sala em qualquer prédio e funcionará o Sport Clube do Recife com toda sua história do passado e presente do nosso clube. O patrimônio material do clube será consumido pelos impostos e entregue às traças. Seremos como o falido clube Internacional, América e tantos outros.
O Sport hoje vive o seu pior momento político: sequestraram o colégio eleitoral, com listagens de associados aptos para votar, que foram comprados através de torcidas organizadas, funcionários de empresas e os mantém adimplentes.
O verdadeiro torcedor que ama e sofre por suas derrotas e sorri com suas vitórias, estes que, por uma questão ou outra, estão inadimplentes temporariamente, ou não, estão impedidos de votar. O Sport não tem mais alternância do poder, cercearam o direito de os verdadeiros rubro-negros mudarem seus quadros diretivos quando as coisas forem desastrosas.
O Sport estará para o Brasil assim como a seleção brasileira está para o resto do mundo. O vil metal é quem seleciona nossa equipe. Atletas sem a mínima condição, vestem nosso manto nacional, unicamente por influência de “empresários”, para em seguida majorar seu ativo de atletas por ter vestido a camisa da seleção brasileira. Ganhar uma Copa é o que menos interessa aos mercenários do futebol. Infelizmente essa é a nova epidemia que assola o maior dos nossos esportes – o futebol.
E, infelizmente, está chegando a todos os clubes do nosso país.
Uso o poder desse prestigioso jornal, para que os desportistas de todo o país e, principalmente de nosso estado, não deixem que chegue a nós tamanho desatino.
Caminhos outros surgirão e, posso garantir, que se tivesse a legitimidade de representar os clubes do meu estado, alteraria a lei 9615/98, de 24 de março de 1998, e retornaria à praça dos estádios de nossa cidade novos Caiçaras, Lulas, Ninos, Salomões, Ramões, Lucianos, Givanildos, Netos, Traçaias, Gringos, Enios e tantos outros.
Pelo nosso futebol tudo.
* Ex-presidente do Sport, em artigo para a Folha de Pernambuco