Do Blog do Ricardo Antunes – O juiz substituto da 13ª Vara Federal de Pernambuco, Augusto Cesar de Carvalho Leal, negou no último dia 20 de setembro o pedido da defesa do ex-tesoureiro da campanha de João Campos à Prefeitura do Recife, em 2020, Renato Xavier Thiebaut, e manteve o recebimento da denúncia e a abertura de ação penal por corrupção passiva contra o político.
Thibeaut é figura conhencida nos subterrâneos do poder e bastante ligado ao PSB, onde já ocupou diversos cargos de poder e prestígio. Ele também foi
chefe de gabinete do ex-governador Eduardo Campos nas suas gestões à frente do Palácio das Princesas.
Agora, está nos bancos dos réus por suposta corrupção passiva em contratos do governo estadual executados pelas empresas de Sebastião Figueiroa e Luciano Cyreno Ferraz. O ex’secretário teria recebido dos empresários, beneficiados em contratos com vantagens indevidas, a exemplo de reforma de sua casa de campo em Gravatá, no Agreste de Pernambuco.
No embargo apresentado pela defesa de Thiebaut para o arquivamento da denúncia, realizada pelo escritório do advogado Ademar Rigueira, o principal argumento contrário à aceitação de denúncia centrou-se no fato de que, segundo a defesa, “elementos de autoria e de materialidade da denúncia” não se encontram nos autos.
Para o juiz que rejeitou a defesa, as evidências veiculadas pela denúncia oferecida pelo MPF “têm, por si só, significativo peso e autonomia inquestionável para firmarem o fundamentado convencimento do magistrado para o recebimento da denúncia em sua integralidade”.
Na denúncia apresentada em junho deste ano, a Procuradoria da República afirma que Renato Thiebaut foi o “tesoureiro da Campanha de João Campos à Prefeitura da Cidade do Recife”, em 2020 e “teve intensa participação nas campanhas eleitorais de diversos candidatos do PSB em Pernambuco”, citando a coordenação da campanha eleitoral do ex-prefeito Geraldo Julio (PSB) à Prefeitura do Recife, em 2012, o cargo de coordenador da campanha eleitoral de Paulo Câmara ao governo estadual,em 2014, e também o responsável financeiro da campanha eleitoral de Eduardo Campos à Presidência da República, em 2014.
De acordo com o MPF, a relação criminosa em contratações do Estado de Pernambuco – a exemplo da Secretaria de Educação, da Secretaria de Saúde e da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) – e empresas do grupo de Sebastião Figueiroa e Luciano Cyreno Ferraz, chegou a movimentar R$ 46 milhões de 2016 a 2020 nas contas de Ferraz, embora os rendimentos registrados na Receita Federal pelo empresário, dono da construtora Meta Terraplanagem Ltda, somam apenas R$ 1,97 milhão.