Governo Lula utiliza Agência Brasil para promover pautas ideológicas tipo aborto

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Os servidores não aguentam mais tanta sabujice na EBC

Marlice Pinto Vilela
Gazeta do Povo

A Venezuela não é uma ditadura, mas um sistema político diferente das democracias liberais representativas que servem de modelo para o Ocidente”. É com essa frase que uma matéria da Agência Brasil, portal público de notícias, explica a situação do país latino-americano que enfrenta mais uma fraude eleitoral e mantém o ditador Nicolás Maduro no poder.

A frase citada é de uma entrevista com a professora Carla Ferreira, do departamento de Serviço Social da UFRJ, sobre o cenário político da Venezuela. Em suas falas, Ferreira comparou a oposição venezuelana contra Maduro ao “bolsonarismo”. A professora ainda acrescentou que a “ultradireita” se utiliza de fake news, tentativas de golpe de Estado e questionamento de sistemas eleitorais para provocar violência política.

MATÉRIA FALACIOSA – O texto sobre a Venezuela é uma ilustração do tipo de material falacioso que é possível encontrar com facilidade na agência de notícias do governo federal. Mas o recorte ideológico perpassa por outros temas como aborto e drogas.

Agência Brasil não esconde viés pró-aborto. Sob o guarda-chuva da Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), a Agência Brasil é um dos veículos da Empresa Brasileira de Comunicação que, desde a eleição de Lula, tem se destacado na promoção de pautas da esquerda como aborto e descriminalização das drogas. Com um orçamento de mais de R$ 900 milhões, há um perceptível aumento na produção de conteúdos ideológicos desde janeiro de 2023.

Sobre o aborto, só no mês de junho, movimentado pela tentativa de aprovação de propostas antiaborto na Câmara e decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), a agência publicou 23 reportagens favoráveis à prática. A influência da Agência Brasil é significativa por ser considerada fonte oficial de caráter público. Dessa forma, agências menores ou até veículos de grande expressão tendem a replicar os textos do portal.

COBERTURA AMPLA – O canal de comunicação pública oferece uma cobertura que vai desde manifestações pró-aborto a matérias sobre “dificuldade de acesso ao aborto legal no SUS”. O portal também investiu em coberturas fotográficas de diversas manifestações contra o PL 1904/2024, que pretende equiparar apena de homicídio à realização de aborto após a 22ª semana de gestação.

Matérias utilizam de truques de retórica para defender bandeiras esquerdista. Muitos dos textos publicados sobre o aborto, por exemplo, repercutem falas de autoridades como do presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco, do ministro de Relações Governamentais, Alexandre Padilha, ou do presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso.

Outras publicações fazem recortes que recomendam o procedimento, como é o caso da matéria “Aborto legal: falhas na rede de apoio penalizam meninas e mulheres”. As especialistas entrevistadas utilizam o sofrimento real de meninas e mulheres abusadas sexualmente para justificar a realização do aborto até 22 semanas ou do feticídio de um bebê de até 9 meses, que já possui a capacidade de sobreviver fora do útero.

MACONHA – Em uma matéria sobre a descriminalização da maconha, uma advogada entrevistada pela agência defendeu a ampliação da descriminalização do porte para outras substâncias ilícitas.

A reportagem está relacionada à decisão do STF pela descriminalização do porte de maconha de até 40 gramas. Para Cecilia Galicio, advogada e membro do Conselho Nacional de Políticas sobre Drogas, que falou à Agência Brasil, a medida aprovada pelo STF seria superficial por não descriminalizar o uso de outras drogas.

Galicio ainda defendeu “uma orientação geral às polícias para que deixem de abordar usuários e trabalhem, de fato, na fiscalização e na investigação de crimes relacionados ao tráfico de drogas”.