Filósofo que se diz “ateu não praticante” não poupa críticas à cultura woke

Luiz Felipe Pondé fez coro com a chuva de críticas à abertura dos Jogos Olímpicos de Paris e sua representação LGBTQIA+ do quadro A Última Ceia, de Leonardo da Vinci. O filósofo não economizou nos adjetivos negativos à cultura woke.
Em texto de sua coluna na Folha de S.Paulo, publicado no último domingo (28), Pondé propõe um exercício de “imaginação”.
– Imagine que ao longo dos dias das Olimpíadas em Paris, o criador da cerimônia de abertura e todos os participantes da “cena revolucionária” da Santa Ceia fossem fuzilados por brigadas cristãs furiosas que gritassem “Jesus é grande!” – iniciou.
O filósofo questiona como o mundo da cultura local e ocidental reagiria. Em sua visão, a turma do politicamente correto, que geralmente se considera dotada de muita inteligência, “teriam surtos epileptiformes”.
– Como é fácil dar xeque-mate na esquerda woke, basta você ter dois neurônios e um pouco de colhão, porque eles não têm nenhum desses substantivos em questão – disparou.
Pondé questiona se “essa cambada de frouxo” gozaria com o Islã – de representatividade significativa na França – como zombaram do Cristianismo. O filósofo aproveita para lembrar do atentado à redação da revista Charlie Hebdo em Paris, em 2015, por causa de uma sátira com o profeta Maomé.
– E houve “inteligentinho” humorista por aí que quase disse que os cartunistas eram culpados por terem sido assassinados porque tiraram sarro de uma população oprimida – assinalou.
Retornando ao exercício de imaginação proposto (cristãos fuzilando os woke da “ceia”), o filósofo fez um comparativo com a polarização no Brasil.
– Lula e companhia suspeitariam de que a família Bolsonaro estava por trás disso. Ou um braço do povo de 8 de janeiro de 2023. Pediriam a extradição para o Brasil dos criminosos? Boatos dizem que em meio a eles existiam evangélicos com dupla nacionalidade, uma delas, sendo brasileira, logo, objetos do STF – disse.
Por fim, o professor questiona a arrogância da esquerda de se colocar como “intocável”.
– Por que a esquerda “woke” acha que pode cuspir em um ícone sagrado do Cristianismo – que não é a minha fé, já que não tenho nenhuma—, a Santa Ceia?
“ATEU NÃO PRATICANTE”
Pondé já declarou em diversas oportunidades ser um “ateu não praticante”. A expressão, segundo ele, é uma paródia a “católico não praticante” e uma ironia com o fato de os ateus geralmente se julgarem muito inteligentes por não acreditarem em Deus.
– Sabe aqueles ateus que, a rigor, pensam que quaisquer suposições a respeito da existência de Deus ou deuses é uma suposição de gente idiota? Então, me refiro a esse tipo de gente – disse em entrevista à Veja em 2022.
– O “ateu não praticante” não passa de uma brincadeira para dizer que eu não prego o ateísmo. Eu acho o ateísmo, intelectualmente, muito mais fácil do que acreditar em qualquer deus, porque o ônus é sempre de quem acredita e não é difícil sustentar isso – completou na ocasião.