Dez anos do 7 x 1: Nada mudou na decadente seleção brasileira

Por Mauro Cezar Pereira 

Foi a maior e mais humilhante derrota da história do esporte. Não se tem notícia de um time ou seleção que ostente a condição de maior campeão da modalidade em questão ser batido de maneira acachapante em casa numa semifinal de torneio que sonhava ganhar.

A goleada imposta pelos alemães refletiu o atraso dos treinadores brasileiros, protegidos pelos amigos da imprensa que não abrem mão de terem contato com eles e, assim, minimizam seus erros, fazem vistas grossas para suas evidentes limitações. Constrangedor.

Fato é que depois de uma década, os técnicos daqui não abrem mercado, salvo raras exceções. Os clubes brasileiros tentam desesperadamente encontrar um estrangeiro que arrume seus times, pois quando olham o redor, os dirigentes não vêem boas opções.

Aos 35 minutos do segundo tempo, André Schürrle fechou o placar da Alemanha. Nos instantes finais, Oscar fez o gol de honra do Brasil. Nessa altura, João Henrique tentava encontrar algo de positivo em estar em uma semifinal de Copa em que o Brasil foi goleado.

Importante ressaltar que o bom time alemão de 2014 ganhou a Copa do Mundo, mas não atropelou seus oponentes, pelo contrário. Verdade que meteu 4 a 0 em Portugal, mas depois veio o 2 a 2 diante de Gana. Em seguida 1 a 0 nos Estados Unidos.

Parlamentares brasileiros na torcida do jogo Brasil e Colômbia

Nas oitavas de final, 2 a 1 sobre a Argélia com gols na prorrogação, o da vitória no 120º minuto! Nas quartas, 1 a 0 na França e na final o mesmo placar sobre a Argentina, mais uma vez decidindo no tempo extra após 0 a 0 no tempo regulamentar.

Massacre mesmo foi sobre a seleção brasileira pessimamente treinada por Luiz Felipe Scolari, com a coordenação de Carlos Alberto Parreira. Os dois últimos campeões do mundo pelo time da CBF formaram uma dupla melancolicamente obsoleta.

Dez anos se passaram e o Brasil somou mais dois fracassos em Copas sob o comando de Tite, que chegou à seleção como uma quase unaminidade em 2016. Se ele era o melhor e passou tão longe do sonhado sucesso, imagine com treinadores piores.

Nem precisa imaginar. Vimos recentemente a seleção fracassar com Fernando Diniz e agora sob a batuta de Dorival Júnior. Todos esses profissionais têm seus predicados, claro, mas o desafio de tirar a seleção brasileira do atoleiro é grande demais para todos eles.

Legado algum deixou o 7 a 1, porque a maioria prefere fingir que não aconteceu. É como se os gols germânicos continuassem a se acumular em interminável looping. E pelo jeito assim vai continuar por mais tempo. Não há perspectiva de melhora.

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*Mauro Cezar Pereira é colunista do jornal Gazeta do Povo, mantém um canal no YouTube com mais de seiscentos mil inscritos, um blog no UOL e comenta jogos no aplicativo esportivo OneFootball, na emissora de TV SBT, e participa de programas esportivos da TV Cultura e da rádio Jovem Pan.

Mauro Cezar Pereira