A arte, em sua essência, tem sido uma ferramenta de defesa e resistência ao longo da história. Ela serve não apenas como uma forma de expressão, mas também como um escudo contra invasões culturais e políticas. Esse poder da arte é ilustrado de forma contundente pelo influenciador e artista de Carpina, Léo da Jegga. Com humor, inteligência e perspicácia, Léo da Jegga criou um vídeo intitulado “Melô da Galega”, que se tornou um símbolo de resistência contra a entrada de Eduarda Bayma Gouveia, uma pré-candidata a prefeita que vem de Recife.
O vídeo, uma paródia criativa que faz lembrar uma velha música do Fernando Mendes ” A Desconhecida”, que em sua estrofe diz: De onde ela veio ou pra onde ela vai …Não sei dizer…”, nesse episódio o título da música ficaria no plural ” As Desconhecidas “; pois a protagonista não conhece Carpina e nem Carpina conhece ela.
Essa criatividade do artista provocou risos e piadas. Revela o impacto cultural e político do trabalho de Léo da Jegga. A cidade de Carpina, que historicamente já pertenceu em parte a Paudalho e Nazaré da Mata, sempre valorizou sua autonomia, conquistada em 1928, através da bravura dos nobres Emancipadores.
A chegada de Eduarda Bayma Gouveia, apoiada pelo deputado Gustavo Gouveia, criou um clima de tensão. O vídeo de Léo da Jegga mostrou o provável desconhecimento da pré-candidata sobre a geopolítica local, o que gerou mal-estar e descontentamento no grupo político dos Gouveia. Em resposta às críticas, Léo gravou outro vídeo refletindo sobre a confusão e a revolta geradas pelo “Melô da Galega”.
A verdade é que Carpina enfrenta desafios significativos. A falta d’água, a ausência de indústrias que gerem emprego e a carência de projetos turísticos e culturais são problemas urgentes. No entanto, é paradoxal que políticos que pouco fizeram pela cidade agora querem dominá-la.
Como disse o poeta Ferreira Gullar, “A arte existe porque a vida não basta.” Em Carpina, a arte de Léo da Jegga se torna um grito de resistência e um apelo por dias melhores. O povo clama por mais artistas como Léo, que, à moda de Dom Quixote, não se rendem nem aos moinhos de vento, defendendo a cidade com criatividade e coragem. A mensagem é clara: Carpina não abre mão de sua autonomia e dignidade para o desconhecido ou a desconhecida.
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