A Magia Transformadora de “A Sociedade dos Poetas Mortos”. Por Flávio Chaves

Por Flávio Chaves –  É Jornalista, escritor, poeta e membro da Academia Pernambucana de Letras. Foi Delegado Federal/Minc

No universo da literatura e do cinema, algumas obras possuem o raro poder de tocar o âmago do ser humano, inspirando reflexões profundas e mudanças de perspectiva. “A Sociedade dos Poetas Mortos”, dirigido por Peter Weir e estrelado pelo inesquecível Robin Williams, é uma dessas obras. Lançado em 1990, o filme continua a ressoar profundamente no coração de muitos espectadores, especialmente aqueles que veem na educação uma ferramenta de transformação.

No filme, Robin Williams interpreta o carismático Professor John Keating, cuja abordagem inovadora e apaixonada à educação desafia as convenções rígidas da tradicional Welton Academy, uma escola preparatória fictícia situada na Nova Inglaterra. Keating, ex-aluno da mesma instituição, retorna como professor de literatura inglesa, trazendo consigo métodos não ortodoxos que encorajam seus alunos a pensar por si mesmos e a apreciar a vida de forma plena e significativa.

Uma das cenas mais emblemáticas do filme ocorre quando Keating leva seus alunos para fora da sala de aula, até o hall da escola, onde se deparam com uma antiga fotografia de ex-alunos. Este momento se transforma em uma poderosa metáfora quando o professor sussurra: “Carpe Diem. Aproveitem o dia, rapazes. Façam sua vida extraordinária.” A frase, retirada das Odes de Horácio, se torna um mantra não apenas para os alunos de Keating, mas para todos que assistem ao filme.

A cena encapsula a essência do ensino de Keating: a urgência de viver intensamente, de não se conformar com a mediocridade e de perseguir sonhos com paixão e coragem. Seus métodos, que incluem a declamação de poesia de forma vibrante e a ousadia de incentivar os alunos a subir em suas carteiras para ver o mundo de uma nova perspectiva, chocam a administração conservadora da escola, mas plantam sementes de curiosidade e autoexpressão nos jovens.

Os alunos, inicialmente céticos, gradualmente começam a abraçar a filosofia de Keating, fundando a “Sociedade dos Poetas Mortos”, um grupo secreto onde recitam poesia e discutem livremente suas aspirações e medos. A influência de Keating se estende além das aulas de literatura, impactando profundamente as vidas dos jovens e inspirando-os a desafiar expectativas e a buscar seus próprios caminhos.

A atuação de Robin Williams é amplamente celebrada por sua autenticidade e paixão. Williams, conhecido por sua capacidade de alternar entre o cômico e o dramático com facilidade, dá vida a Keating de maneira cativante e profundamente humana. Seu desempenho é um lembrete do poder de um professor comprometido em transformar vidas através da educação.

“A Sociedade dos Poetas Mortos” permanece um marco no cinema por sua narrativa envolvente e suas performances memoráveis. É um tributo ao poder da palavra e à importância de educadores que se atrevem a inspirar seus alunos a viverem de maneira extraordinária. Para os amantes da literatura e do cinema, o filme oferece um mosaico de emoções e ideias, deixando uma impressão duradoura sobre a importância de viver com paixão e determinação. Carpe Diem.