Paulo Cappelli
Metrópoles
O empresário Elon Musk vai depor à Câmara dos Estados Unidos, no começo de maio, sobre a atuação do ministro Alexandre de Moraes. A oitiva está prevista para ocorrer até o dia 8 na Comissão de Relações Exteriores. Nela, o bilionário falará sobre o caso que ficou conhecido como “Twitter files”.
Os documentos mostram determinações de Alexandre de Moraes obrigando redes sociais a suspenderem os perfis de políticos e militantes de oposição investigados em inquérito sob relatoria do ministro do STF.
CASOS DE CENSURA – Na visão de Elon Musk e de parlamentares de oposição a Lula, o caso configura “censura” e abuso do Poder Judiciário. Já na opinião de políticos pró-governo e do próprio ministro Alexandre de Moraes, trata-se de medida necessária à manutenção do Estado Democrático de Direito.
Um dos pontos externados por Musk envolve um suposto pedido de Moraes para que o Twitter suspendesse o perfil dos políticos alegando que os parlamentares teriam descumprido termos da plataforma.
Como publicado na coluna, Elon Musk acredita que os Estados Unidos deverão, em breve, impor sanções políticas e econômicas ao governo Lula, nos moldes das já aplicadas contra a Venezuela. A discussão em torno de tais restrições, contudo, só deverá avançar se Donald Trump ganhar a eleição à presidência dos EUA, prevista para ocorrer em novembro. E é improvável que o atual presidente norte-americano, Joe Biden, tensione a boa relação diplomática que mantém com Lula.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – O depoimento de Musk apenas confirmará que Moraes determinou ilegalmente a remoção de postagens e bloqueios, sem haver decisão judicial de primeira instância nem oportunidade de defesa ao suposto infrator, no chamado devido processo legal. Vai pegar muito mal para Moraes, que nem poderá se defender, e mais ainda para o Brasil, que está passando desnecessariamente por esse grande vexame internacional. O comportamento de Moraes parece ser censura e é mesmo. Ninguém está acima da lei e da ordem, muito menos os ministros do Supremo. Salvar a democracia não significa agredi-la. (C.N.)