Barroso diz que Forças Armadas fizeram um “papelão” no TSE

Presidente do STF fez declaração durante Aula Magna

Presidente do STF, Luís Roberto Barroso
Presidente do STF, Luís Roberto Barroso Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Em Aula Magna na PUC de São Paulo nesta segunda-feira (4), o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso fez pesada declarações contra militares, citando “deslealdade”. Segundo ele, a politização das Forças Armadas “talvez tenha sido uma das coisas mais dramáticas para a democracia”.

– Tenho o maior respeito, porém foram manipulados e arremessados na política por lideranças. Fizeram um papelão no TSE. Convidados para ajudar na segurança e transparência foram induzidos por uma má liderança a ficarem dando suspeitas falsas, quando a lealdade é um valor que se ensina nas Forças Armadas – declarou.

O ministro disse que, após a redemocratização, as Forças Armadas “tiveram comportamento exemplar no Brasil, de não ingerência e interferência, de cumprir suas missões constitucionais”.

Barroso também mencionou o que chamou de mecanismos usados pelo “populismo de extrema-direita contra os regimes democráticos”. Citou ainda o uso das plataformas digitais para “disseminar discurso de ódio e tentar destruir reputações”. Deu ênfase ao que considera “uso abusivo da religião”.

– Não se pode aparelhar a religião para servir a causas. Você usar a religião e dizer “o meu adversário é o demônio” é uma forma pavorosa de manipular a crença e a ingenuidade das pessoas – acrescentou.

O ministro fez referência a questões atribuídas ao governo Bolsonaro, sem citar nominalmente o ex-presidente – como já fez em outros discursos. Alegou que seus apontamentos são “fatos, já que juiz não tem opinião política”.

– Vivemos momentos muito difíceis e agora sabemos que um pouco mais difíceis do que imaginávamos, mas as instituições venceram e acho que estamos em um processo de reconstrução – assinalou.

*Com informações da AE